Área em Rondônia foi invadida por grileiros, madeireiros e garimpeiros, conforme denúncia de indígenas ao MPF
O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o envio da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) para a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau (TIUEWW), a maior de Rondônia.A ação deve durar 90 dias e terá apoio logístico da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), cujos agentes conhecem a região. Há risco de confronto armado.
A chegada da força é resultado de um pedido feito em fevereiro pelo Ministério Público Federal (MPF). Indígenas denunciaram a presença de grileiros, garimpeiros e madeireiros, por isso voltaram a requerer proteção, como em 2019, quando houve derrubada da floresta e conflitos. Em 18 de abril de 2020, o guardião indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau foi encontrado morto, vítima de espancamento. O caso foi contato no documentário “O território” (na imagem), exibido no Festival Sundance, em 2022.
O Ministério da Justiça informou que os agentes da FNSP chegaram em Rondônia nesta segunda-feira (12). Por motivo de segurança, não foi divulgado o tamanho do grupo de agentes e militares destacados para a operação.
De acordo com o Instituto Socioambiental (Isa), a região possui mais de 1,8 milhão de hectares e é homologada como território indígena desde 1991. Ou seja, estaria fora do alcance do marco temporal discutido no Congresso.
Na área vivem nove povos que somam menos de 300 indivíduos: jupaú – ou uru-eu-wau-wau -, oro win, amondawa e cabixi, além de cinco grupos ainda sem contato com não-indígenas. A presença de invasores pode levar ao extermínio dos isolados com a transmissão de doenças, como gripe e pneumonia.
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