Média de 10 anos e 9 meses é a mais elevada desde 1994, indicando perda de poder aquisitivo para a compra de um 0 km
A frota de carros que circula pelas ruas brasileiras envelheceu pelo nono ano consecutivo. Atualmente, a média de idade dos automóveis é de 10 anos e 9 meses, próxima ao nível de 1994, quando a frota era apenas um mês mais jovem.
Os dados foram divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). A venda de modelos novos não é suficiente para compensar a obsolescência de carros que seguem em uso porque o consumidor não tem condições de comprar um automóvel zero quilômetro em razão dos altos preços, e o Brasil não possui uma política de renovação de frota.
Incluindo os comerciais leves, caminhões e ônibus, o quadro é parecido, com a idade média da frota chegando atualmente a 10 anos e 7 meses, também muito próxima da média de 1994, de 10 anos e 8 meses.
Reversão
De acordo com o Sindipeças, uma frota envelhecida gera mais poluição, acidentes por falta de manutenção e congestionamentos por problemas mecânicos. Segundo George Rugitsky, diretor do Sindipeças, a reversão desse quadro depende da intensidade de crescimento das vendas de veículos novos e da taxa de sucateamento dos mais velhos. Ao menos no segmento de caminhões, o Renovar, programa que busca tirar de circulação veículos com mais de 30 anos, deve finalmente entrar em vigor neste ano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre a possibilidade de estender o programa para automóveis. “A renovação é fundamental para o país cumprir sua obrigação de redução de gases do efeito estufa, pois não adianta apenas criar normas que limitam as emissões dos carros novos sem tirar os velhos das ruas”, afirma Rugitsky.