Levantamento do CMF mostra desigualdade na distribuição, com menos profissionais no interior e em cidades pequenas
O Brasil teve um salto, nos últimos anos, na quantidade de médicos e hoje cerca de 545,4 mil profissionais estão em atividade no país. Em proporção, o volume representa 2,56 para cada mil habitantes – próximo ao índice de países como Canadá, Japão e Estados Unidos.
Os dados divulgados nesta segunda-feira (6) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) confirmam a desigualdade na distribuição e na fixação de médicos pelo país: a maioria (mais de 290 mil) está concentrada somente nas capitais, atendendo a 24% da população. Entre as regiões, o Norte é a mais deficitária.
O aumento na quantidade de médicos acompanhou o boom de escolas médicas e de vagas na última década. Em 2010, a proporção de médicos por mil habitantes era de 1,76 e havia 343,7 mil registros de profissionais no país – em 2022, os registros subiram para quase 600 mil (é permitido mais de um registro para atuar em estados diferentes).
Dados da plataforma Demografia Médica no Brasil 2023 mostram que os homens representam 51% do contingente ativo (277,8 mil profissionais) e as mulheres, 49% (267,7 mil). A evolução dos indicadores indica que, em poucos anos, as mulheres sejam maioria. Em 1990, elas eram apenas 30% da força de trabalho médica, passando para 39,9% em 2010, e chegando, agora, a quase metade.
Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, o país conta com diversas escolas de medicina “sem a menor condição de funcionamento”. Ele citou o estado de Rondônia, com oito faculdades de medicina, cada uma formando entre 100 e 150 profissionais por ano. “É um número exacerbado de escolas médicas no Brasil”, afirmou, ao citar instituições sem hospital-escola ou hospital de ensino. “Fica muito difícil esse médico sair com uma boa formação”, pontuou.
