Família do estudante Luan Augusto autorizou a doação de córnea. Ataques em escolas fizeram sete vítimas fatais no Brasil desde janeiro
Morreu na madrugada desta terça-feira (20) o adolescente Luan Augusto, a segunda vítima fatal do tiroteio na Escola Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR), ocorrido na manhã de segunda-feira (19). A informação foi confirmada pelo Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU-UEL), onde o jovem estava internado em estado grave e impossibilitado de passar por cirurgia. Ele faleceu às 3h27, após sofrer uma parada cardiorrespiratória.
A família de Luan autorizou a doação de órgãos. Foi feita a retirada do globo ocular, único órgão possível em casos de parada cardíaca, informou o HU-UEL. A namorada de Luan, Karoline Verri Alves, de 16 anos, foi a segunda vítima. Também atingida na cabeça, ela morreu ainda no local.
O assassino poderia ter ferido mais pessoas, mas foi contido pelo prestador de serviços Joel de Oliveira, 62 anos, que passava no local e entrou na escola para ajudar. A PM o deteve e transferiu para Londrina, distante 14 quilômetros. O atirador é um ex-aluno que entrou armado na instituição com a desculpa de pegar seu histórico escolar. Familiares afirmaram que ele sofre de esquizofrenia e faz tratamento psiquiátrico.
O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, informou que no ano passado o criminoso tentou invadir uma escola em Rolândia (PR) armado com uma faca. A PM foi acionada, mas ele fugiu. Agora é preciso apurar as razões para que as autoridades nada fizeram para impedir um novo ataque.
Extremismo
O tiroteio no colégio Helena Kolody é o mais recente dos três atentados que causaram sete mortes (incluindo Luan e Karoline) em escolas brasileiras desde o início de janeiro. De acordo com um levantamento da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desde 2002 ocorreram 31 ataques extremistas em escolas, o que provocou 38 vítimas fatais.
Este tipo de violência ainda intriga as autoridades. Este ano outros três casos resultaram em feridos em escolas no Amazonas, Ceará e Goiás. Uma ação da política deteve um adolescente e seu pai no Rio Grande do Sul e uma operação da Polícia Federal investigou mais de 300 suspeitos de incitação ao ódio, o que resultou na prisão de dezenas, com centenas de contas canceladas em uma rede social e uma discussão acalorada entre governo e plataformas sobre como combater estas ações.
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