Ele é criador de personagens icônicos, como o Menino Maluquinho
O escritor e desenhista Ziraldo morreu na tarde deste sábado (6/4) aos 91 anos no Rio de Janeiro. Segundo comunicado da família, ele morreu dormindo na sua casa. Desde 2018 sofreu três acidentes vasculares cerebrais que debilitaram sua saúde. A causa da morte não foi revelada.
Batizado a partir de uma combinação do nome da mãe (Zinha) e o pai (Geraldo), Zeraldo publicou seu primeiro desenho no jornal “A Folha de Minas”, quando tinha seis anos de idade. Em 1954, passou a fazer desenhos de humor para o mesmo jornal.
Em 1957, formou-se em Direito e passou a fazer parte das revistas “A Cigarra”e “O Cruzeiro” e também teve passagens pelo “Jornal do Brasil”, onde fazia charges políticas.
No início da década de 1960, criou a primeira revista brasileira em quadrinhos de um só autor, a “Turma do Pererê”, com diversos personagens do folclore brasileiro.
Em 1970, fundou, junto com outros humoristas, o jornal “O Pasquim”, um dos principais veículos de combate à ditadura, com figuras que debochavam do período, como Ubaldo. As críticas ao regime militar fizeram com que fosse detido e levado para o Forte de Copacabana. Houve também um ataque à bomba à redação do jornal.
Em 1969, publicou seu primeiro livro infantil “Flicts”, sobre uma cor que não encontra seu lugar no mundo, e em 1980 lançou seu maior sucesso, “O Menino Maluquinho”, um dos maiores fenômenos literários brasileiros e vencedor do prêmio Jabuti. O livro sobre um menino cheio de imaginação vendeu 4 milhões de exemplares e teve adaptações para o teatro, cinema e série de TV.