Monitoramento dos menores rios e afluentes vai abastecer o Serviço Geológico do Brasil, que melhorará a previsão de eventos extremos
O lançamento do satélite Swot (Surface Water Ocean Topography), previsto para esta quinta-feira (15), na base de Vandenberg, na Califórnia, permitirá ao Brasil ter informações atualizadas e constantes de grande parte dos rios menores da Bacia Amazônica a partir do final de 2024. O monitoramento da agência espacial norte-americana (Nasa) contempla os principais cursos d’água e afluentes, além de lagos e planícies alagáveis, o que é inédito na região.
“Como uma ferramenta de sensoriamento remoto, o Swot é capaz de obter informação hidrológica em regiões de difícil acesso e restritas”, explicou o engenheiro do departamento de hidrologia do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Daniel Moreira. O SGB é um dos parceiros científicos da Nasa no projeto. De acordo com Moreira, além do salto tecnológico, esse grande volume adicional de informações vai melhorar a qualidade das previsões de eventos extremos.
Depois de lançado, o Swot orbitará a superfície da Terra a 890 quilômetros. É a primeira missão de hidrologia espacial que estudará quase toda a água doce na superfície do planeta. Um foguete Falcon 9, da SpaceX, foi programado para decolar antes do amanhecer. Se tudo ocorrer como planejado, o satélite do tamanho de um veículo SUV começará a enviar dados após passar pelas devidas calibragens.
Após quase 20 anos de desenvolvimento, o Swot incorpora uma tecnologia avançada de radar de micro-ondas que, segundo os cientistas, vai medir a superfície de oceanos, lagos, reservatórios e rios com alta definição em mais de 90% do globo (os polos não estarão cobertos). O lançamento do satélite poderá ser acompanhado ao vivo pelo YouTube. A agência espacial francesa fará uma live que começará às 8h15.
