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PF busca contrabandistas de mercúrio

Operação cobre cinco estados atrás dos fornecedores do metal tóxico usado em garimpos ilegais de ouro

A Polícia Federal (PF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tentam cumprir 34 mandados de busca e apreensão na Operação Hermes (Hg) II, deflagrada nesta quarta-feira (8). Expedidos pela Primeira Vara Federal de Campinas, as ordens judiciais abrangem cidades dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os crimes em apuração envolvem contrabando e acobertamento de mercúrio, metal tóxico usado em garimpos ilegais de ouro no Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Pará. Todo o material probatório e os bens apreendidos serão encaminhados para a Delegacia de Polícia Federal em Campinas (SP) para continuidade das análises. No total, 140 policiais federais e 30 servidores do Ibama participam da operação.

A Justiça decretou ainda a imposição de fianças de 200 salários-mínimos e o sequestro e indisponibilidade de bens dos investigados em montante superior R$ 2,9 bilhões, com o objetivo de reparar os danos ambientais.

Paulínia (SP)

A Polícia Federal informou que a Operação Hermes (Hg) I – deflagrada em 1º de dezembro de 2022 – quer desarticular o uso ilegal de mercúrio a partir da investigação de uma empresa – com sede em Paulínia (SP) – que produzia créditos falsos de mercúrio no sistema do Ibama para abastecer garimpos.

“A partir da análise de milhares de fontes bases (documentos e dispositivos eletrônicos), durante mais de dez meses, a Polícia Federal identificou uma extensa cadeia organizada de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema ilegal de comércio de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia e retirou sete toneladas de créditos de mercúrio dos sistemas do Ibama”, disse a PF, em nota.

Investigação

A investigação encontrou:

  • Laranjas que ocultavam o responsável pelas operações comerciais e financeiras ou a propriedade de bens e valores; utilização de empresas de fachada;
  • Uso de empresas sem registro de um funcionário sequer;
  • Mistura entre capital ilícito com eventual capital lícito para tornar mais difícil a separação pelas autoridades de fiscalização e repressão;
  • Compra e venda de imóveis com valorização artificial para justificar a origem ilícita do dinheiro utilizado;
  • Blindagem patrimonial por meio de manobras jurídicas e engenharia financeira e contábil;
  • Utilização ilegal dos sistemas do Ibama para dar aparente legalidade à circulação de quantidade exorbitante de mercúrio;
  • Uso do Aeroporto Internacional de Viracopos para transporte de mercúrio.

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