23 plataformas foram incendiadas por agentes ambientais e policiais federais no Amazonas e Rondônia
A Polícia Federal (PF) executou uma ação contra garimpeiros ilegais ao longo da calha do rio Madeira, nos estados do Amazonas e de Rondônia, a partir da manhã desta nesta quarta-feira (12). Mais do que prender os envolvidos, o principal objetivo era destruir balsas e dragas utilizadas para retirar lama e areia contendo ouro do fundo do leito. O efeito da extração descontrolada é a contaminação das águas com mercúrio, metal líquido altamente tóxico, o assoreamento do rio e a destruição das margens.
A PF iniciou a operação neste feriado para pegar os garimpeiros desprevenidos, evitando conflitos. O resultado não foi informado, mas fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) que acompanharam tudo divulgaram imagens de embarcações incendiadas. Em condições normais, os equipamentos são apreendidos, mas a dificuldade de deslocamento na região amazônica obriga as autoridades a destruírem tudo para que não sejam utilizados novamente.
De acordo com a PF e o Ibama, todas as atividades de mineração no rio Madeira são ilegais. Desde julho os garimpeiros e seus financiadores foram alvo de pelo menos três operações, com prisões em São Paulo, Pará, Amazonas, Mato Grosso, Acre e Rondônia. Os investigados movimentavam grandes quantidades de dinheiro, o que era incompatível com as rendas e patrimônios declarados. Ocorreram buscas até em uma corretora de valores localizada na Avenida Paulista, em São Paulo. Policiais da ativa e ex-PMs que escoltavam um carregamento de ouro foram detidos em um pedágio de São Paulo após levantarem suspeitas ao pousarem no aeroporto de Sorocaba. É dado como certo que parte do ouro foi extraído de terras indígenas.
Em 4 de agosto, 23 balsas e dragas foram destruídas em Autazes, a 111 quilômetros de Manaus. Em 20 de julho, na região do rio Jutaí, afluente do lado direito do Alto Amazonas, uma ação similar terminou com a detenção de envolvidos em garimpo ilegal, crimes ambientais e corrupção.
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