Segundo a CNN Brasil, o presidente da estatal não vê motivos para sua saída
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT), deve se reunir na próxima semana com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para definir seu futuro. Ele tem tido diversos embates com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Lula está insatisfeito com Prates por problemas de comunicação, já que ele tem tomado conhecimento tardio de decisões pontuais da estatal, além do fogo amigo, já que há a cobiça de político do centrão para ocupar diretorias da petroleira.
Segundo Débora Bargamasco, da CNN Brasil, interlocutores tem dito que Prates enxerga a situação como uma “crise fabricada” para derrubá-lo do cargo, já que não há motivos para sua saída. A empresa conseguiu o segundo melhor lucro líquido da história, com R$ 124,6 bilhões, sem indícios de corrupção, como no seu passado recente.
Em mais um capítulo da crise, Prates não participou da última reunião do conselho de administração da Petrobras na última sexta-feira (5/4). Uma das soluções encontradas por Lula para resolver esta crise é colocar Aloizio Mercadante no comando da estatal. Ele está atualmente na presidência do BNDES (Banco do desenvolvimento do Brasil). Outra ideia é colocá-lo na direção do conselho e manter Prates na parte operacional.
Os atritos entre Prates e Silveira tiveram início no ano passado quando o ministro criticou diversas políticas da estatal, como o PPI (preço internacional de petróleo) e a política de reinjeção de gás em reservatórios, além de ter cobrado de Prates uma redução maior no preço dos combustíveis.
A gota d’agua para a crise foi a decisão do conselho da estatal de reter os dividendos extraordinários da estatal, avaliados em R$ 40 bilhões, o que provocou uma perda do valor de mercado da empresa. Como Prates se absteve na votação, Silveira o acusou de ser contra o governo e a favor dos executivos da companhia.