MONEY REPORT escolheu como Imagem da Semana o flagrante de um policial militar que disparou a curta distância uma munição não letal contra um homem que não oferecia ameaça. O episódio durante uma operação de reintegração de posse em Guarulhos, na Grande São Paulo, na última terça-feira (11). O momento foi registrado por assessores da vereadora Fernanda Curti (PT), que acompanhava a ação.
Nas imagens, o policial aparece solicitando a liberação da via para a passagem de uma retroescavadeira que derrubaria as moradias precárias. Enquanto isso, dois homens conversavam com um PM. Um deles, que usava boné, parece argumentar quando o policial saca a arma e efetua o disparo, fazendo com que o homem caia no chão. Após o tiro, o agente continua ordenando a desocupação da rua, sem demostrar interesse no ferido. Em outro vídeo, dois PMS carregam o homem ferido, que se contorce de dor, para desobstruir a passagem.
Desesperado ao ver sua casa sendo demolida, um homem foi tentar conversar com os policiais que estariam fazendo a segurança na área para impedir a ação, mas a resposta, no entanto, foi agressiva. O morador foi atingido com um tiro a queima-roupa. pic.twitter.com/hmuljRo5j3
— Portal Roma News (@RomaNewsOficial) March 12, 2025
Investigação e posicionamento das autoridades
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a PM foi acionada para acompanhar a manifestação e que o uso de munição não letal foi necessário para conter os manifestantes. No entanto, as imagens indicam que a vítima não oferecia resistência.
Diante da repercussão, a corporação informou protocolarmente que instaurou um inquérito para apurar a conduta dos agentes e reforçou que não compactua com desvios, garantindo que policiais que descumprem as diretrizes serão responsabilizados.
Repercussão política
A vereadora Fernanda Curti contestou a ação policial e divulgou que está formalizando uma denúncia sobre o caso. “A comunidade já estava preparada e não ofereceu resistência. O vídeo comprova que o homem baleado não fez nada de errado”, declarou.
Ela afirmou ainda que, um dia antes da reintegração, participou de uma reunião com autoridades municipais e policiais para pedir que a operação fosse conduzida sem violência, mas o apelo não foi atendido. “Também estamos cobrando da prefeitura o devido amparo às famílias afetadas”, acrescentou.
Situação da comunidade
A ocupação no Jardim Bananal, em Guarulhos, abriga cerca de cem famílias. Segundo a prefeitura, o terreno é particular e a reintegração de posse cumpriu determinação judicial. O governo municipal informou ainda que está disponível para dialogar com os moradores sobre possíveis encaminhamentos nos programas habitacionais.