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Taxas de pobreza atingiram em 2021 o maior nível 10 anos

Estudo do Ipea mostra que programas sociais contribuíram para redução dos índices

A pobreza no Brasil registrou, de 2020 para 2021, o maior aumento em pontos percentuais desde 1990, com um avanço entre 1,8 p.p. e 4,7 p.p., a depender da linha de corte. A conclusão está no estudo “Um País na Contramão: A Pobreza no Brasil nos Últimos Dez Anos”, elaborado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A principal conclusão do estudo é que a pobreza aumentou entre 2012 e 2021, a partir da recessão de 2014 a 2016, revertendo parte dos avanços da década anterior. Tomando por base a linha de paridade do poder de compra a US$ 3,20 por dia – cujo valor é bem próximo da média das cinco linhas analisadas –, a taxa anual de pobreza saltou de 12,9% em 2012 para 15,7% em 2021 no Brasil, após as transferências de renda.

O objetivo do estudo foi documentar os níveis e as trajetórias do percentual de pobres na população brasileira para cinco linhas de pobreza que englobam faixas nacionais, com referência aos valores do então Programa Auxílio Brasil, e internacionais, utilizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) no monitoramento da pobreza global.

A nota técnica mostra a evolução da pobreza no país entre 2012 e 2021 e decompõe suas variações em dois aspectos: o efeito crescimento, dado por variações na renda média, e o efeito redistribuição, provocado por mudanças na desigualdade de renda. Os pesquisadores do Ipea investigaram também o papel da política social no combate à pobreza, especificamente, como as transferências sociais do Bolsa Família/Auxílio Brasil, do Benefício de Prestação Continuada e do Auxílio Emergencial contribuíram para reduzir a pobreza.

No último ano do período, segundo o Ipea, a diminuição dos recursos para o Auxílio Emergencial em plena pandemia levou ao maior aumento da pobreza registrado depois do Plano Real. O aumento da desigualdade de renda foi o principal fator do aumento da pobreza, anulando os ganhos que poderiam ter resultado do pequeno crescimento da renda média de 2016 a 2019. Dessa forma, entre 2012 e 2021 o Brasil tornou-se mais pobre e desigual.

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