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O que causa os tremores em Caxias do Sul

Segundo a MetSul, ocorrido não foi um terremoto convencional. Cidade registrou um deslizamento de terra que deixou um morto

Moradores de Caxias do Sul e Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, relataram tremores de terra na madrugada desta segunda-feira (13), durante as fortes chuvas e enchentes que atingem praticamente todo o Rio Grande do Sul. O Corpo de Bombeiros e as defesas civis informaram que apuram os relatos e orientam os moradores deixarem imediatamente suas casas em caso do aparecimento de rachaduras. Pelas redes sociais, foram relatados três episódios em Caxias e um em Bento.

Em nota, a prefeitura de Caxias do Sul informou que os tremores foram registrados em pelo menos quatro bairros da cidade, mas que não não há riscos para a população. Segundo a administração municipal, o que está ocorrendo é a acomodação de camadas rochosas subterrâneas, o que já foi registrado em outras oportunidades. Também devido ao excesso de chuva nas últimas duas semanas, pode ocorrer a aceleração dessas acomodações devido à lubrificação causada pela água.

“Eventos desse tipo não têm poder de destruição, os moradores podem ficar tranquilos. Até agora não detectamos nenhum grande deslizamento de terra nas proximidades de onde foram sentidos”, afirmou o diretor de Gestão Ambiental da prefeitura, o geólogo Caio Torques.

Marcelo Rocha, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), afirma que as equipes estudam a relação entre terremotos e as fortes chuvas na região: “Esses tremores, se forem tectônicos, ou seja, naturais, estariam relacionados aos esforços que estão acumulados na região. As rochas têm um limite de ruptura, uma quantidade de energia acumulada que podem suportar. A ocorrência de chuvas é um processo que pode acelerar essa liberação de energia” afirmou o especialista. “Essas rochas podem ter falhas e, se a água das chuvas penetrar ali, ela serve como um lubrificante, facilitando a movimentação. A água que cai sobre as rochas também pode virar uma carga e a rocha cede.”

De acordo com a Defesa Civil e a Prefeitura de Caxias do Sul, o que ocorre no local é a “acomodação de camadas rochosas subterrâneas, o que já ocorreu no município em outras oportunidades. Também devido ao excesso de chuva nas últimas duas semanas, pode ocorrer a aceleração dessas acomodações devido à lubrificação causada pela água”.

Segundo o Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UNB), houve três tremores na Serra Gaúcha. O primeiro, de 2,4 graus, à 01h48 foi registrado em Bento Gonçalves; o segundo, às 2h58, em Caxias do Sul, de 2,3 graus; e o terceiro às 3h03, com a mesma intensidade, foi sentido nos bairros caxienses de Jardim América, Universitário, Madureira e Pio X.

No ano passado, duas ocorrências semelhantes ocorreram em Caxias do Sul, em julho (bairro Castelo) e novembro (Jardim América). Em 2008 e 2010 o Jardim América também teve tremores de terra. A MetSul afirmou que o ocorrido não foi um terremoto convencional. “Trata-se de acomodação do solo pelo excesso de chuva. Quando chove demais, tais abalos de baixa magnitude ocorrem na Serra. Houve dois episódios em 2023”, explicou a empresa.

Na manhã deste domingo (12), Caxias registrou um deslizamento de terra que deixou um morto. Segundo a prefeitura da cidade, um prédio administrativo da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) foi atingido pelo desmoronamento, na Vila Maestra, na Zona Norte da cidade. Luciano Henrique Santos Lacava, de 49 anos, que era funcionário da Codeca há 20 anos, morreu. De acordo com a administração municipal, ele havia chegado antes do seu horário de costume quando foi soterrado dentro do prédio do setor administrativo. O vigilante da empresa de segurança Epavi, Felipe Drum da Silva, também estava no local, teve ferimentos leves e foi atendido pelo Samu.

Horas mais tarde, um segundo deslizamento de terra atingiu a usina de asfalto da Codeca, também parte do complexo. O equipamento foi totalmente destruído. De acordo com a prefeitura, não há previsão para a retomada do funcionamento e produção de asfalto.

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