Por Tom Perry e Laila Bassam e Ellen Francis
BEIRUTE (Reuters) – O Hezbollah e seus aliados políticos conquistaram pouco mais da metade dos assentos nas eleições parlamentares do Líbano, segundo resultados extraoficiais, fortalecendo um movimento apoiado pelo Irã que se opõe intensamente a Israel e destacando a influência regional crescente de Teerã.
Se confirmados, os resultados preliminares citados por políticos e pela mídia também podem aumentar os riscos enfrentados pelo Líbano, que depende de ajuda militar dos Estados Unidos e espera obter bilhões de dólares de auxílio internacional e empréstimos para reanimar sua economia estagnada.
Visto pelos EUA como um grupo terrorista, o Hezbollah ganhou força desde que entrou na guerra da Síria em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, em 2012. Sua posição forte no Líbano reflete a ascendência iraniana em territórios que se estendem do Iraque e da Síria a Beirute.
A contagem extraoficial da primeira votação parlamentar em nove anos indicou grandes perdas para o primeiro-ministro Saad al-Hariri, que tem apoio do Ocidente. Ainda assim, ele deve emergir como o líder muçulmano sunita com o maior bloco no Parlamento de 128 cadeiras, o que o tornará o favorito para formar o próximo governo.
O premiê libanês precisa ser um sunita em respeito ao sistema de partilha de poder sectário do país. O novo governo, como o que se encerra, deve incluir todos os grandes partidos, e já se acredita que as conversas para decidir os ocupantes do gabinete exigirão tempo.
O Líbano tem recebido muita ajuda estrangeira para lidar com a acolhida de um milhão de refugiados que fugiram do conflito na vizinha Síria, o equivalente a um quarto de sua população.
A eleição foi realizada de acordo com uma nova lei complexa, que reformulou a distribuição do eleitorado e alterou o sistema eleitoral adotando um critério de proporcionalidade, ao invés do esquema ‘o vencedor leva tudo’. O ministro do Interior disse que os resultados oficiais serão declarados nesta segunda-feira.
As Forças Libanesas, um partido cristão ferrenhamente anti-Hezbollah, parecem ter emergido como as grandes vencedoras, já que passarão de 8 para 15 parlamentares, segundo indicações iniciais.
O Hezbollah, assim como grupos e indivíduos aliados, obteve ao menos 67 assentos, de acordo com um cálculo da Reuters baseado em resultados preliminares de quase todas as vagas obtidos de políticos e campanhas e noticiados pela mídia libanesa.