Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) – Um amigo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, concordou em se tornar testemunha do Estado em uma de várias investigações de corrupção que representam uma séria ameaça à sobrevivência política do líder conservador, noticiou a mídia local nesta quarta-feira.
A decisão de Shlomo Filber de depor contra seu ex-chefe é uma reviravolta dramática para Netanyahu, cujo círculo íntimo parecia inabalável até então. A mudança de postura de Filber pode deixar o premiê de fala contundente em sua situação mais frágil até hoje, e um opositor já o descreveu como “cadáver político”.
O desdobramento também alimentou especulações de que Netanyahu, de 68 anos, convocará uma eleição antecipada para deter os procedimentos legais durante a campanha e insuflar a base de direita que o sustenta no poder.
O premiê nega todas as alegações que pesam contra ele, e disse que buscará um quinto mandato em uma eleição nacional prevista para o final de 2019. Até agora os parceiros de sua coalizão de governo se mantiveram ao seu lado, mostrando pouco interesse em derrubar o governo em função das investigações e correrem o risco de uma eleição antecipada.
Filber, indicado pessoal de Netanyahu para comandar o Ministério das Comunicações, foi preso nesta semana, assim como executivos de alto escalão da empresa de telecomunicações Bezeq, a maior do setor no país.
Em reportagens sem citação de fontes, a mídia de Israel disse que Filber agora concorda em testemunhar para o Estado no caso, oferecendo provas que devem complicar a batalha de Netanyahu para superar sua crise legal.
Um porta-voz do setor de combate à corrupção da polícia não quis comentar, e o advogado de Filber não estava disponível de imediato para confirmar que se chegou a um acordo de delação.