Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) – O Santander Brasil teve forte crescimento do lucro no quarto trimestre, refletindo a redobrada aposta do banco no rentável negócio do crédito ao consumidor, que tem crescido na esteira da saída do país da recessão.
O maior banco estrangeiro no país anunciou nesta terça-feira que seu lucro recorrente somou 2,752 bilhões de reais no período, alta de 38,4 por cento ante mesma etapa de 2016. Após despesas com ágio, o lucro societário do banco subiu 66,5 por cento por cento ano a ano, para 2,498 bilhões de reais.
Liderada por segmentos como consignado (+36,7 por cento), cartão de crédito (+18,1 por cento) e automotivo (+20 por cento), a carteira de crédito ampliada do grupo cresceu 7,8 por cento em 2017, para 347,9 bilhões de reais.
A instituição saiu na frente na aceleração do crédito ainda na primeira metade de 2017 e deu sequência ao movimento. O aumento dos volumes concedidos, combinado com maiores spreads –diferença entre o custo de captação e o valor cobrado de clientes — fez as receitas com operações de crédito subirem 17,3 por cento ano a ano, para 6,5 bilhões de reais.
“A margem com clientes apresentou crescimento em função de maiores volumes e spreads”, comentou o banco no relatório.
Em termos práticos, isso pode significar que o banco não repassou integralmente aos clientes a queda de seus custos de captação, considerando que a Selic está em 7 por cento ao ano, piso histórico.
O banco também viu suas receitas com tarifas crescerem 13,3 por cento ano a ano, para 4,24 bilhões de reais, apoiado sobretudo em maiores operações com cartões e adquirência. Na outra ponta, as despesas subiram 7,3 por cento na mesma comparação, para 5,18 bilhões de reais.
Um ponto negativo do balanço foi o resultado de crédito de liquidação duvidosa, que mostra as despesas com provisões para calotes, menos os valores recuperados e que já tinham sido baixados a prejuízo.
O resultado dessa linha foi negativo em 2,656 bilhões de reais no trimestre, alta de 9,3 por cento na comparação sequencial, embora tenha caído 0,9 por cento ano a ano, influenciado, segundo o banco, por um caso pontual no segmento grandes empresas.
Esse mesmo evento fez o índice de inadimplência do banco subir 0,3 pontos percentual entre setembro e dezembro, para 3,2 por cento. No fim de 2016, o índice era de 3,4 por cento.
O NPL formation, espécie de prévia do que tende a acontecer com o índice de inadimplência nos trimestre seguintes, subiu de 1,3 para 1,4 por na passagem do terceiro para o quarto trimestre, também refletindo o caso pontual de uma grande empresa, afirmou o Santander Brasil.