Por Gabriel Stargardter
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – O ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, viajará para Jamaica, Granada e Santa Lúcia em março, disse uma autoridade mexicana na quinta-feira, como parte de esforços para erodir a influência da Venezuela no Caribe.
Enquanto isso, diplomatas de Cuba visitarão o México também em março para debater o impacto regional da crise venezuelana, segundo a autoridade.
A embaixada cubana na Cidade do México disse que a viagem ainda não está confirmada, mas que os dois países têm reuniões bilaterais frequentes. Nem por isso existem sinais de que Cuba, aliada ferrenha de Caracas, esteja disposta a dar as costas ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
A possível viagem do chanceler mexicano se seguirá a uma visita à América Latina e ao Caribe feita no início deste mês pelo secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, que anunciou planos para estudar como possíveis sanções contra o petróleo da Venezuela podem ser mitigadas no Caribe.
A viagem do chanceler mexicano representa o desdobramento mais recente da pressão liderada pelos Estados Unidos contra Maduro, que ainda conta com a lealdade de algumas nações caribenhas que se beneficiam há tempos da fartura petrolífera de Caracas e não têm se mostrado dispostos a boicotar o país em iniciativas diplomáticas regionais.
“A mensagem é: a Venezuela não é o único país que pode ajudar (as nações caribenhas), que, se houver uma crise na Venezuela, elas têm mais amigos”, disse a autoridade mexicana, que pediu anonimato pois não tinha autorização para falar publicamente sobre a viagem ainda não divulgada.
O Ministério das Relações Exteriores mexicano não respondeu de imediato a pedidos de comentário, e não foi possível contactar as chancelarias de Jamaica, Granada e Santa Lúcia para obter comentários.
Videgaray vem encabeçando os esforços de seu país para tentar melhorar a cooperação com os EUA, seu principal parceiro comercial, nas áreas de segurança, imigração e política externa, esperando convencer Washington a adotar uma postura mais branda no Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), que sustenta a maioria das exportações mexicanas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, vem ameaçando sair do pacto se ele não puder ser aprimorado de forma a beneficiar os trabalhadores norte-americanos.