Por Adam Jourdan e Norihiko Shirouzu
XANGAI/PEQUIM (Reuters) – A China reduzirá drasticamente as tarifas de importação de automóveis e autopeças, concedendo maior acesso ao maior mercado automotivo do mundo, em meio a uma redução das tensões comerciais com os Estados Unidos.
As tarifas de importação serão reduzidas para 15 por cento, ante 25 por cento, para a maioria dos veículos a partir de 1º de julho, informou o Ministério das Finanças chinês nesta terça-feira, acrescentando que o movimento faz parte dos esforços para abrir os mercados chineses e estimular o desenvolvimento do setor automotivo local. Um pequeno número de caminhões importados é tributado atualmente em 20 por cento.
As tarifas de importação de autopeças serão reduzidas para 6 por cento, ante cerca de 10 por cento para a maioria das peças, disse o ministério em um comunicado.
A mudança será um grande impulso para as montadoras estrangeiras, especialmente ajudando marcas de alto padrão como a alemã BMW, a fabricante de carros elétricos Tesla e a Mercedes-Benz, da Daimler AG, a reduzir a diferença de preço com os rivais locais.
“Os benefícios são enormes para o nosso negócio, especialmente para o Infiniti”, disse um executivo da Nissan, referindo-se à marca de carros de alto padrão da empresa japonesa.
Outro executivo da joint venture chinesa da empresa disse que foi “uma ótima notícia”, mas que os maiores beneficiários provavelmente serão as montadoras de luxo alemãs, que também incluem a Porsche e a Audi, da Volkswagen AG.
“Isso é apenas por causa do volume de carros importados que eles vendem”, disse o executivo, que pediu para não ser identificado.
A tarifa de importação de veículos da China, comparada a uma taxa de 2,5 por cento cobrada pelos EUA, tem sido o foco principal do governo do presidente norte-americano, Donald Trump, em meio a um impasse comercial entre Washington e Pequim.
Trump disse que a tarifa de 25 por cento equivalia a “comércio estúpido”, enquanto os líderes da indústria automobilística, como Elon Musk, da Tesla, disseram que as restrições chinesas às montadoras estrangeiras criam um mercado distorcido.
(Por Adam Jourdan e Norihiko Shirouzu)