PEQUIM (Reuters) – O apoio da China à Venezuela tem beneficiado as pessoas comuns e sido aprovado por muitos, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês nesta segunda-feira, depois que o Tesouro dos Estados Unidos acusou a China de ajudar o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, com investimentos suspeitos envolvendo empréstimos em troca de petróleo.
Em um discurso proferido na sexta-feira no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, o principal diplomata especialista em economia do Tesouro dos EUA, David Malpass, disse que o foco da China nas commodities e em acordos financeiros vagos prejudicaram, e não ajudaram, países da América Latina.
Seu ataque ao papel chinês no apoio ao governo da Venezuela veio um dia depois de o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, ter aventado a hipótese de um golpe militar no país sul-americano rico em petróleo, antes de iniciar uma turnê de cinco dias pela América Latina.
Falando em Pequim, o porta-voz da chancelaria chinesa Geng Shuang disse que a cooperação financeira bilateral foi estabelecida por empresas e organismos financeiros das duas nações com base em princípios comerciais benéficos para ambas. Os empréstimos estão totalmente de acordo com os padrões internacionais e beneficiam os moradores locais, acrescentou.
“O que os Estados Unidos disseram é infundado e extremamente irresponsável”, afirmou Geng.
A cooperação entre a China e a Venezuela auxiliou a construção de mais de 10 mil casas de baixo custo, a geração de eletricidade e o gasto com eletrodomésticos para três milhões de lares venezuelanos de baixa renda, acrescentou.
“A cooperação China-Venezuela incentivou favoravelmente o desenvolvimento sócio-econômico da Venezuela e vem sendo aprovada e apoiada em todos os níveis da sociedade”, disse Geng. “Uma Venezuela estável atende aos interesses de todos os lados”.
Na semana passada, a China disse que os EUA estão desrespeitando a América Latina pelo fato de Tillerson ter alertado países da região sobre a dependência excessiva dos laços econômicos com Pequim.
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, impôs sanções individuais e econômicas a Caracas devido a abusos de direitos humanos e à corrupção. Maduro acusou Washington de tentar depô-lo para ter mais acesso à riqueza petrolífera do país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).