Por Benoit Nyemba
MBANDAKA (Reuters) – Trabalhadores de saúde na República Democrática do Congo vão começar uma campanha de vacinação nesta segunda-feira com o objetivo de conter um surto do mortal vírus Ebola, disse uma porta-voz para o ministério da Saúde.
Jessica Ilunga disse que 4.000 doses da vacina foram enviados no sábado a Mbandaka, que na última semana registrou os primeiros casos em área urbana desde que o mais recente aparição da doença foi anunciada no início do mês.
Casos em Mbandaka, uma cidade portuária no rio Congo, causaram preocupações de que o vírus pode se espalhar seguindo o rio para a capital Kinshasa, cuja população chega a 10 milhões.
O surto é o nono do Congo desde que a doença apareceu pela primeira vez próximo ao vasto país centro-africano ao norte do rio Ebola nos anos 1970. Uma epidemia de Ebola matou mais de 11.300 pessoas no leste da África de 2013 a 2016.
“Não sei como me proteger contra o Ebola. Somente deus pode me proteger dessa doença”, disse Lusya Mgangu, que vendia peixe no mercado flutuante de Mbandaka neste domingo.
De acordo com dados divulgados no fim de sábado pelo ministério da Saúde congolês, houve quatro casos de Ebola confirmados em testes na vizinhança de Wangata e outros dois casos suspeitos.
Um paciente morreu.
A organização de caridade Médicos Sem Fronteiras criou uma área de isolamento no hospital em Wangata, onde funcionários de saúde podiam ser vistos neste domingo recebendo spray com desinfetante antes de entrar.
O prédio não está conforme as regulações internacionais, mas nós reorganizamos… para certificar que não há contaminação”, disse à Reuters Hilaire Mazibu.
A República Democrática do Congo enfrenta um risco de saúde pública “muito elevado” devido ao Ebola porque a doença foi confirmada em um paciente em uma cidade grande, informou nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), que alterou sua classificação ante avaliação anterior de “risco elevado”.
(Reportagem adicional por Fiston Mahamba em Goma e Issa Sikiti da Silva em Kinshasa)