SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) – As contas de luz dos consumidores brasileiros terão em maio bandeira tarifária amarela, acionada devido a redução dos volumes de chuva na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do país, disse a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta sexta-feira.
O anúncio, em meio a uma disparada no preço da energia no mercado de curto prazo em várias regiões, acaba com uma sequência de quatro meses de bandeira tarifária verde, que não gera custos adicionais.
Com a bandeira amarela, as contas terão um acréscimo de 1 real a cada 100 kilowatts-hora consumidos.
O sistema de bandeiras foi criado para sinalizar aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica.
Segundo a Aneel, os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste estão com volumes mais baixos, o que “resulta em gradual aumento do risco hidrológico (GSF) e do preço da energia elétrica de curto prazo (PLD), as duas variáveis que determinam a bandeira a ser acionada”.
O PLD para o período entre 28 de abril e 4 de maio disparou 60 por cento no Sudeste/Centro-Oeste e no Sul, informou nesta sexta-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), passando de 135,38 reais/MWh para 216,86 reais/MWh.
No Nordeste, a alta foi de 14 por cento, para 154,51 reais/MWh.
“A elevação é causada pela redução das afluências verificadas e, principalmente, pelas previstas para a próxima semana”, declarou a CCEE.
Em relatório separado nesta sexta-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou chuvas nas hidrelétricas do Sudeste em 88 por cento da média histórica para o próximo mês, enquanto para a região Nordeste as precipitações deverão ficar em 43 por cento da média.
Além de terem caráter didático, ao incentivar a redução do consumo devido ao maior custo, as bandeiras geram arrecadação que é usada pelas distribuidoras para custear a compra de energia de termelétricas, mais cara que a das usinas hídricas.
(Por Luciano Costa e Marta Nogueira)