SÃO PAULO (Reuters) – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou nesta quinta-feira acordo com o Banco do Brasil para alongamento de sua dívida com a instituição estatal e que a diretoria da Caixa Econômica Federal já concordou com as principais condições para um acerto semelhante.
O valor do total do principal da dívida da empresa com os dois bancos representa cerca de 49 por cento do endividamento da CSN, disse a empresa em comunicado.
“A companhia está realizando processo similar (de renegociação com o BB) com a Caixa Econômica Federal para alongamento de suas dívidas, sendo que as principais condições para o referido alongamento já foram apreciadas favoravelmente pelo Conselho Diretor da CEF”, afirmou a CSN em comunicado ao mercado.
Após os acordos, o prazo das dívidas com os bancos subirá de 26 para 45 meses e a previsão de amortização do principal passa de 10,3 bilhões de reais no período de 2018 a 2020 para 4,4 bilhões de reais. Em compensação, as amortizações de 2021 a 2024 sobem de 3,6 bilhões para 9,8 bilhões de reais.
A empresa ainda lançou nesta quinta-feira uma oferta de recompra de até 750 milhões de dólares em bônus com vencimento em 2019 e 2020, e iniciou processo para lançamento de título no exterior para financiar a recompra.
A agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito da CSN em dois degraus, para “B3”, e alterou a perspectiva para estável, ante negativa, após o anúncio da siderúrgica.
“O refinanciamento da dívida remove pressões de liquidez mais imediatas e permite que a CSN se concentre em medidas adicionais para enfrentar os próximos vencimentos da dívida”, disse a Moody’s em relatório.
Já analistas do Credit Suisse afirmaram em nota a clientes que os termos do alongamento “podem não ter sido tão bons quanto o que o mercado esperava”, mas que a conclusão das negociações poderá servir como catalisador positivo no curto prazo para as ações da CSN.
“A CSN continua com uma dívida de 14,9 bilhões de reais vencendo entre 2018 e 2020, tendo no terceiro trimestre uma posição de caixa de 4,1 bilhões de reais”, ressaltaram os analistas na nota.
“Esperamos que a renegociação da dívida com a Caixa seja finalizada em breve e acreditamos que a companhia vai se concentrar em renegociar os bônus de 2019 e 2020”, acrescentaram os analistas.
Em outubro, o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, disse que após o alongamento da dívida com os dois bancos, a companhia iria negociar com detentores de bônus no primeiro semestre deste ano. Na ocasião, o executivo afirmou que a meta da companhia era atingir alavancagem de 3,5 vezes até o final de 2018 ante 5,5 vezes no fim de setembro.
Às 14h43, as ações da CSN subiam 0,45 por cento, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,72 por cento.
(Por Alberto Alerigi Jr.)