Por Claudia VIolante
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar ampliou a alta e já operava na casa de 3,21 reais nesta sexta-feira, depois que o relatório do mercado de trabalho dos Estados Unidos mostrou criação de vagas acima do esperado e aumentou as chances de uma quarta alta dos juros pelo Federal Reserve neste ano.
Às 12:02, o dólar avançava 1,33 por cento, a 3,2112 reais na venda, depois de marcar a máxima de 3,2193 reais. O dólar futuro subia 1,37 por cento.
“Com o dado, a tendência de elevação de juros nos EUA se confirma e a pressão no dólar global e local aumenta”, disse o economista da gestora Infinity Asset, Jason Vieira.
Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, foram criados 200 mil postos de trabalho no mês passado, ante previsão de abertura de 180 mil vagas.
Os salários no país registraram o maior ganho anual em mais de oito anos e meio, ampliando assim as expectativas de que a inflação vai acelerar neste ano com o mercado atingindo o pleno emprego.
Autoridades do Fed demonstraram na quarta-feira otimismo de que a inflação subirá para a sua meta ao deixar inalterada a taxa de juros. O banco central norte-americano prevê três altas neste ano, e os mercados apostam em uma elevação em março.
No exterior, o dólar ampliou a alta ante uma cesta de moedas após os números e também ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.
Internamente, o mercado segue monitorando o noticiário sobre a reforma da Previdência, com o presidente Michel Temer afirmando que considera ter feito a sua parte pela aprovação do texto.
Na véspera, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que a reforma ainda não tem os votos necessários para ser aprovada na Câmara. O primeiro turno de votação está marcado para 19 de fevereiro e o texto precisa de 308 votos pelo menos.
“A cautela local se soma à global e pressiona o dólar”, resumiu o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado.
O Banco Central não anunciou, por enquanto, qualquer intervenção no mercado de câmbio. Vencem em março 6,154 bilhões de dólares em swap cambial tradicional –equivalente à venda de dólares no mercado futuro.
(Por Claudia Violante; Edição de Camila Moreira)