VIENA (Reuters) – Um fracasso no acordo nuclear de 2015 do Irã com grandes potências seria uma “grande perda”, disse o secretário-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta segunda-feira, aludindo a uma ameaça dos Estados Unidos de se retirar do pacto.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou retirar seu país do acordo a menos que o Congresso e aliados europeus ajudem a “consertá-lo”.
O secretário-geral da AIEA, Yukiya Amano, cuja agência está averiguando o cumprimento iraniano das restrições a seu contestado programa de enriquecimento de urânio impostas pelo pacto, vem classificando o entendimento há tempos como um “ganho líquido” para a verificação nuclear, já que permite à AIEA uma supervisão mais minuciosa do Irã.
Mas ele foi mais longe em um discurso feito nesta segunda-feira durante uma reunião trimestral diretoria da entidade, evocando a possibilidade de o acordo, conhecido oficialmente como Plano Abrangente de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês), desmoronar.
“O JCPOA representa um ganho significativo para a verificação”, afirmou Amano, de acordo com um texto de seu discurso publicado pela agência. “Se o JCPOA fracassar, seria uma grande perda para a verificação nuclear e o multilateralismo.”
Amano disse que Teerã está cumprindo os compromissos do acordo, que também suspendeu sanções prejudiciais à República Islâmica, e confirmou as avaliações de um relatório trimestral confidencial sobre o Irã que a AIEA emitiu no mês passado.
(Reportagem de Francois Murphy)