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Holandesa LyondellBasell negocia compra de controle da Braskem

Por Tatiana Bautzer e Carolina Mandl

SÃO PAULO (Reuters) – A Odebrecht entrou em negociações exclusivas para a venda da toda sua participação na Braskem para a holandesa LyondellBasell, uma operação em dinheiro e ações que pode superar 9 bilhões de dólares, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.

LyondellBasell e Odebrecht devem alcançar um acordo final em dois meses e ainda não há prazo para o grupo holandês entregar uma proposta vinculante, disseram as fontes. A Odebrecht espera um prêmio sobre o valor de mercado da Braskem, que nesta sexta-feira subiu em 5,4 bilhões de reais, para 38,6 bilhões.

As ações preferenciais da Braskem dispararam 21,4 por cento nesta sexta-feira, a 49,92 reais. O papel ordinário, de pouca liquidez, subiu 12,5 por cento, para 47,26 reais. Nos Estados Unidos, o recibo de ações da Braskem avançou 22,65 por cento. O papel da LyondellBasell subiu cerca de 1 por cento.

“As negociações estão em estágio preliminar e foi concedida exclusividade à LyondellBasell no âmbito das tratativas, que são regidas por acordo de confidencialidade”, disse a Braskem em fato relevante, citando informação fornecida pela Odebrecht, que no final de maio tinha negado reportagens da imprensa de que havia recebido uma oferta do grupo holandês.

A Odebrecht tem 38,3 por cento da Braskem, sendo 50,1 por cento do capital com direito a voto. A Petrobras tem 36,1 por cento do capital, ou 47 por cento das preferenciais.

Se a transação for concluída, serão garantidas aos demais acionistas da Braskem as mesmas condições negociadas para a Odebrecht, disse a Braskem. A Petrobras já disse anteriormente que tinha intenção de vender sua participação na petroquímica.

Como a Odebrecht está buscando ter uma fatiao minoritária na LyondellBasell, o acordo pode ser estruturado de forma que a Petrobras possa receber apenas dinheiro por sua participação, se tiver interesse nisso, disseram as fontes.

LyondellBassel e Odebrecht não comentaram detalhes da oferta. A Petrobras afirmou que foi informada das conversas.

A maioria das 55 fábricas da LyondellBasell está nos Estados Unidos, Europa e Ásia, uma presença complementar à Braskem, que tem 29 unidades produtivas no Brasil, cinco nos EUA, quatro no México e duas na Alemanha. No Brasil, a LyondellBasell possui apenas uma fábrica, em Pindamonhangaba (SP), aberta em 2006.

Durante as negociações, o grupo holandês vai examinar o contrato de nafta da Petrobras, que expira no final de 2020.

No final de maio, a Odebrecht deu toda sua fatia na Braskem como garantia para fechar acordo com bancos e receber um novo empréstimo de 2,6 bilhões de reais, o que deu algum fôlego financeiro ao grupo de engenharia que está no centro do escândalo de corrupção deflagrado pela operação Lava Jato.

O acordo de financiamento envolveu os bancos Itaú Unibanco e Bradesco, em um acerto que contou com concordância de Banco do Brasil, Santander Brasil e BNDES sobre garantias de ações da Braskem, em financiamentos anteriores.

A indústria de produtos químicos tem passado por uma série de consolidações. Em maio, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou no Brasil a fusão dos grupos químicos Dow Chemical e DuPont, um negócio de 130 bilhões de dólares, condicionando o aval da operação à venda de uma série de ativos que incluíam atividades em torno de sementes de milho da Dow no país.

Em fevereiro, a LyondellBasell anunciou a compra da rival norte-americana de menor porte A. Schulman por 2,25 bilhões de dólares, dobrando o tamanho de seus negócios de plástico para embalagens, produtos eletrônicos e construção.

(Reportagem adicional de Paula Arend Laier)

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