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Kroton espera queda em competição no 2º semestre; ação cai quase 10%

SÃO PAULO (Reuters) – O presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, afirmou nesta sexta-feira que espera uma redução no nível de intensidade da competição no segundo semestre no setor de educação superior privada no país.

A empresa conseguiu reduzir taxas de evasão de alunos no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado e Galindo afirmou durante teleconferência com analistas da Kroton que a empresa ainda não implementou todos os projetos de retenção de estudantes previstos em seu plano de crescimento.

As ações da Kroton lideravam as quedas do Ibovespa por volta das 13h, recuando 9,73 por cento, depois que a empresa divulgou estimativas de resultados para este ano menores que em 2017. Além das projeções de resultado menor, a empresa divulgou lucro líquido de 539 milhões para o primeiro trimestre, queda de 6,6 por cento sobre um ano antes.

Sobre as projeções, Galindo comentou que a Kroton poderia divulgar números mais robustos para este ano, mas optou pela sustentabilidade a longo prazo de seus negócios, em um momento em que a empresa deve abrir 20 campi e 100 polos de ensino à distância em 2018 e 38 campi e 200 polos em 2019.

Segundo Galindo, as margens da Kroton seguirão pressionadas nos próximos trimestres, conforme a empresa dá continuidade ao programa de expansão orgânico depois que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proibiu em junho do ano passado a companhia de comprar a rival Estácio.

A Kroton projeta uma margem Ebitda ajustada de 41,5 por cento em 2018 abaixo dos 44 por cento apurados em 2017, considerando números consolidados. A margem líquida ajustada deve ficar em 35,4 por cento ante 40,1 por cento em 2017, conforme as projeções divulgadas mais cedo.

“Buscar eficiência a qualquer custo é irresponsável. Entendemos que uma pequena queda no Ebitda é o melhor para a geração de valor no longo prazo”, comentou Galindo. “Seria mais fácil entregar resultados fortes no curto prazo, mas optamos por plantar sólidas bases para crescimento orgânico futuro”, disse o executivo.

Galindo comentou que as metas da empresa para este ano, de queda de 6,7 por cento no Ebitda ajustado e de 12,7 por cento no lucro líquido ajustado, não consideram a aquisição da Somos Educação, anunciada pela Kroton no final de abril por 4,6 bilhões de reais. Ele não citou projeções considerando a aprovação da aquisição pelas autoridades de defesa da concorrência.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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