Por Michael Holden e Elizabeth Piper
LONDRES (Reuters) – A primeira-ministra britânica, Theresa May, agiu nesta terça-feira para reafirmar sua autoridade e angariou apoios depois que dois membros de alto escalão de seu governo pediram demissão e atacaram os planos da premiê para a saída do Reino Unido da União Europeia.
May disse que comandou uma reunião “produtiva” de seu governo após as renúncias do ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, e do principal negociador britânico para o Brexit, David Davis, que abalaram o governo na segunda-feira.
Entre os que se reuniram em torno da primeira-ministra após as demissões está o ministro do Meio Ambiente, Michael Gove –um proeminente defensor da saída britânica da União Europeia ao lado de Johnson no referendo de 2016– que disse que não seguiria o exemplo do ex-chanceler.
Com menos de nove meses antes de o Reino Unido deixar o bloco, May está se mantendo firme a seu plano para um Brexit “amigável aos negócios”.
A premiê parece estar a caminho de enfrentar uma rebelião em seu Partido Conservador, no qual apoiadores do Brexit estão furiosos com seus planos de negociar “uma área de livre comércio de bens” com a UE após a separação.
Um membro do partido descreveu a aceitação das regras da UE como “a traição final”.
Acima de uma foto de seu gabinete, incluindo seu novo ministro de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, e o novo ministro para o Brexit, Dominic Raab, após uma minirreforma na segunda-feira, May escreveu em seu Twitter: “Reunião produtiva do Gabinete nesta manhã — olhando para uma semana agitada”.
O porta-voz da premiê disse que May recebeu os novos membros do seu gabinete e discutiu a publicação de um documento oficial sobre os futuros laços do Reino Unido com a UE, além de ter intensificado os preparativos para as negociações com Bruxelas.
Alguns ministros presentes descreveram a reunião como “muito boa”.