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Mineradora Nexa prevê iniciar obras para projeto em Mato Grosso em outubro, diz CEO

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A mineradora brasileira Nexa Resources prevê ser possível iniciar em outubro as obras de instalação de seu projeto Aripuanã, em Mato Grosso, de extração e beneficiamento de concentrados de zinco, cobre e chumbo, afirmou à Reuters nesta quarta-feira o diretor-presidente, Tito Martins.

Na semana passada, a empresa obteve a licença prévia do projeto, que prevê investimentos totais de 354 milhões de dólares para iniciar a produção em 2020. Segundo ele, a expectativa é obter a licença de instalação entre agosto e setembro.

A conquista da licença prévia, dentro da data prevista, foi considerada uma boa notícia, principalmente após escândalos recentes no Brasil envolvendo a indústria de mineração, como o caso de despejo ilegal de efluentes da empresa Hydro Alunorte, no Pará, destacou o executivo.

“É um projeto que tem uma característica… de sustentabilidade forte, isso é positivo para conseguir as autorizações e andar mais rápido com o processo”, disse Martins, em uma entrevista por telefone, ressaltando que o projeto contará com depósito de rejeito a seco.

Do total de investimentos para o projeto, Martins disse que neste ano deve ser empenhada apenas uma pequena parcela, de 25 milhões a 30 milhões de dólares. Investimentos maiores são planejados para 2019 e 2020.

A vida útil do projeto é estimada em 24 anos, além de produção média anual 51 mil toneladas de zinco, 20 mil toneladas de chumbo e 4 mil toneladas de cobre, segundo informações da empresa. Nas fases de execução da obra e durante a operação serão criados 1.600 postos de trabalho.

A mineradora, listada nas bolsas de Nova York e Toronto, publicou seus resultados na última segunda-feira.

O Ebitda ajustado somou 191 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2018, alta de 33 por cento ante o mesmo período do ano passado. Já a receita no período somou 676 milhões de dólares, alta de 23 por cento na mesma comparação.

Os resultados, segundo Martins, foram beneficiados pelo maior volume de vendas de metais e pelos consistentes preços de metais básicos, com preços médios de zinco superiores a 3.400 dólares por tonelada no primeiro semestre.

CRESCIMENTO NA ÁSIA

A Nexa planeja elevar a participação da Ásia nos resultados da empresa.

Para isso, Martins explicou que a empresa contratou um profissional na região, que deverá ficar sediado em Xangai, em busca de melhor captar os movimentos da Ásia, mercado crucial para a indústria de extração mineral, além de ter como objetivo melhores resultados na área de mineração.

“Claramente os efeitos do mercado mundial hoje na área de mineração são provocados por coisas que acontecem na Ásia… então a gente quer ter essa inteligência, quer ter presença física para capturar o que está acontecendo e entender melhor”, afirmou o executivo.

No Brasil, Martins disse estar acompanhando de perto as mudanças regulatórias em curso pelo governo federal no setor de mineração. Nesta quarta-feira, o governo informou que encaminhou ao Senado os nomes indicados para a diretoria da recém criada Agência Nacional de Mineração (ANM).

“Todas as pessoas indicadas são do meio, conhecem a mineração… o que é muito positivo, a gente está vendo isso com muitos bons olhos, foi uma indicação bastante técnica e a gente está contando que a agência mineral vai poder ajudar a incentivar os negócios no Brasil”, disse Martins.

(Por Marta Nogueira)

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