SÃO PAULO (Reuters) – O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, divulgou um vídeo nesta segunda-feira para garantir a segurança da carne brasileira, após uma nova operação da Polícia Federal sobre irregularidades no setor, dessa vez atingindo a BRF, a maior exportadora de carne de frango do mundo.
A operação Trapaça, desdobramento da operação Carne Fraca realizada no ano passado, apurou que a BRF não teria tomado todos os cuidados sanitários necessários com o conhecimento de executivos. As fraudes teriam sido cometidas entre 2012 e 2015, com intervenção de gerente da BRF no cadastramento de laboratório que fraudaria as análises da qualidade dos alimentos para a empresa.
Blairo disse que o ministério atuou em conjunto com a PF e o Ministério Público Federal e que o caso investigado trata de salmonela em aves destinadas à exportação.
“O Ministério da Agricultura tem trabalhado junto com a Polícia Federal, com o Ministério Público Federal, para resolver esses problemas. E posso garantir à população brasileira que não há nenhum risco no consumo de carnes de aves produzidas por qualquer uma das empresas, citadas ou não”, disse o ministro.
“Até porque o problema aqui discutido é salmonela e todos nós sabemos que salmonela desaparece quando cozida ou frita a 60 graus”, acrescentou Blairo. Ele disse que o regulamento sanitário brasileiro permite algum grau de salmonela na carne, ao contrário do que prevê o regulamento de alguns países que compram o produto brasileiro.
Desde o início da operação Carne Fraca, no começo de 2017, os resultados da BRF têm sido atingidos pelo escândalo, que impactou as exportações do Brasil, já que vários países, incluindo a China, suspenderam temporariamente importações de produtos de proteína animal do Brasil.
Na operação desta segunda, a Polícia Federal prendeu o ex-presidente da BRF Pedro Faria e mais 10 pessoas. A operação contou ainda com mandados de condução coercitiva de outras 27 pessoas.
Faria foi presidente da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, entre 2015 até o final do ano passado, em uma reformulação da administração da empresa que teve o presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, como um dos principais promotores.
(Por Eduardo Simões)