SÃO PAULO (Reuters) – Não há previsão de aumento de impostos para ajudar nas contas públicas, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afastando também a necessidade da volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) “este ano”.
“No momento não é necessário”, afirmou o ministro em entrevista à rádio Bandeirantes, quando questionado especificamente sobre o retorno da CPMF. “Não há esta necessidade, não este ano”, acrescentou.
O ministro também indicou que o governo não tentará aprovar pontos da reforma da Previdência por meio de projetos de lei ou outras iniciativas. “Não me parece justificável soluções alternativas (para a reforma da Previdência)”, disse.
Depois de dizer que o Orçamento de 2018 está “sustentável”, Meirelles pontuou que, sem a reforma da Previdência, haverá necessidade de aumento de impostos no futuro.
O governo colocou um ponto final na tentativa de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema depois da intervenção federal na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro, que impede alterações constitucionais enquanto estiver em vigor.
Para tentar mostrar compromisso com o reequilíbrio fiscal mesmo assim, o governo apresentou uma lista com 15 medidas econômicas, boa parte delas já em tramitação no Congresso Nacional, investida que foi duramente criticada tanto pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), quanto o da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Nesta manhã, Meirelles tentou atenuar o mal estar, voltando a dizer que o Congresso é soberano e que votará o que julgar adequado, com os presidentes das Casas sendo responsáveis por definir as pautas.
Perguntado sobre eventual candidatura à Presidência, Meirelles repetiu que tomará uma decisão sobre o assunto apenas em abril, estando focado agora na recuperação da economia.
(Por Patrícia Duarte)