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Petrobras amplia prazo de busca por parceiros em refino e diz ter cinco interessados

SÃO PAULO (Reuters) – A Petrobras ampliou prazo para a assinatura de acordos de confidencialidade junto a interessados em um processo aberto pela companhia para a venda de 60 por cento de sua participação em ativos de refino e logística no Nordeste e Sul do país, segundo comunicado nesta segunda-feira.

A petroleira disse que a data final para que sejam firmados esses acordos foi prorrogada para até 2 de julho, ante um prazo anterior não divulgado pela estatal. O processo de desinvestimento nos ativos de refino foi originalmente iniciado ao mercado pela empresa em 27 de abril.

O anúncio da companhia acontece após uma greve de caminhoneiros que durou 11 dias no final de maio, em protesto contra a elevação nos preços do diesel.

Os protestos, que atacaram a política de preços da Petrobras para o combustível, com reajustes diários, levaram o governo federal a anunciar um programa de subvenção ao diesel que incluiu um congelamento das cotações e redução de impostos.

A pressão sobre a política de preços da estatal, que inclusive levou à saída do então presidente da companhia, Pedro Parente, assustou investidores interessados na aquisição das refinarias, disseram fontes à Reuters ainda no final de maio.

Mas a Petrobras disse em seu comunicado que os negócios em refino têm atraído alguns investidores e que esse interesse pode aumentar com o prazo maior.

“Com a extensão de prazo, além das cinco empresas que já assinaram o acordo até o momento, outras empresas que já manifestaram interesse também poderão participar do processo, ampliando a competitividade”, disse a estatal, adicionando que a mudança nas datas foi solicitada por interessados.

As empresas que participarem do processo receberão instruções da Petrobras sobre como apresentar suas propostas vinculantes pelos ativos após a data final para assinatura dos acordos de confidencialidade.

As parcerias incluiriam duas refinarias (Abreu e Lima e Landulpho Alves) e cinco terminais no Nordeste, onde a capacidade de processamento é de 430 mil barris por dia (bpd), enquanto no Sul, cuja capacidade de processamento é de 416 mil bpd, seriam duas refinarias (Alberto Pasqualini e Presidente Getulio Vargas) e cinco terminais.

Nesse modelo, o parceiro controlaria a operação, enquanto a petroleira brasileira seguiria com participação de 75 por cento do mercado brasileiro, uma vez que suas outras nove refinarias e 36 terminais, a maioria no Sudeste, ficariam totalmente sob seu controle.

O processo de busca por parceiros faz parte de um amplo programa de desinvestimentos e parcerias da petroleira estatal.

(Por Luciano Costa)

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