Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) – A Petrobras assinou uma carta de intenções com a China National Petroleum Corporation International (CNPCI), subsidiária integral da CNPC [CNPET.UL], para retomar as obras na refinaria do Comperj e promover investimentos de revitalização na área de Marlim.
O anúncio confirma reportagem da Reuters, publicada em abril, e ocorre um dia após a empresa informar a suspensão de venda de alguns ativos em razão de uma decisão cautelar do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em comunicado nesta quarta-feira, a estatal destacou que, quando concluída, a parceria com os chineses permitirá utilizar o óleo pesado produzido no cluster de Marlim para processamento no Comperj, que conta com infraestrutura adequada para esse tipo de petróleo, mas cujas obras estão interrompidas desde 2015.
O cluster de Marlim abrange os campos de Marlim, Voador, Marlim Leste e Marlim Sul, todos na Bacia de Campos, e demandará “investimentos expressivos” para substituir as instalações existentes e também para instalar novos poços e sistemas submarinos, de modo a estender a vida útil do campo, disse a Petrobras.
“Damos hoje mais um passo na busca de parceiros para concluir a refinaria do Comperj, ao mesmo tempo em que garantimos novos investimentos e a revitalização do campo de Marlim”, disse o presidente da estatal, Ivan Monteiro, na nota.
“Para mim, é mais uma demonstração de como uma Petrobras financeiramente saudável e equilibrada pode ter um impacto positivo para a sociedade brasileira e todos os seus acionistas.”
Já para a CNPC, esse acordo significa a oportunidade de fortalecer a parceria em Exploração & Produção (E&P) com a Petrobras, incluindo acesso a um projeto integrado com refino no Brasil, disse a empresa brasileira.
A estatal lembrou que, desde 2013, é parceira da CNPC na área de Libra, localizada no pré-sal da Bacia de Santos. Em 2017, o consórcio formado pela Petrobras, CNPC e BP foi o vencedor para o Bloco de Peroba.
Em julho de 2017, a Petrobras e a CNPC assinaram um Memorando de Entendimento para iniciar tratativas referentes a uma parceria estratégica e avaliaram, conjuntamente, oportunidades no Brasil e no exterior em áreas-chave de interesse mútuo, nos segmentos de refino e de E&P.
Segundo a Petrobras, a carta de intenções assinada agora é um desdobramento desse Memorando de Entendimento, e os termos finais da negociação dependem do sucesso das próximas etapas da parceria.