Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) – O Banco do Brasil deu sequência ao plano de elevar sua rentabilidade para níveis próximos dos rivais privados ao registrar um salto do lucro no quarto trimestre, apoiado em forte queda das despesas administrativas e com provisões para calotes.
O maior banco do país por ativos anunciou nesta quinta-feira que seu lucro líquido ajustado somou 3,188 bilhões de reais no quarto trimestre, salto de 82,5 por cento ante mesmo período de 2016. O lucro contábil avançou 222,7 por cento a 3,108 bilhões de reais.
Refletindo a economia brasileira ainda fraca depois de dois anos de forte recessão, a carteira de crédito do BB fechou 2017 em 681,3 bilhões de reais, queda de 3,8 por cento sobre o ano anterior, puxada sobretudo pela contração de 9,3 por cento nos empréstimos para empresas.
Contudo, o banco seguiu colhendo os frutos da campanha de forte contenção de gastos implementada pelo presidente-executivo Paulo Caffarelli, desde que assumiu em maio de 2016.
Numa frente, a despesa de outubro a dezembro com provisão para perdas esperadas com calotes somou 5,6 bilhões de reais, recuo de 24,7 por cento ano a ano e de 10 por cento ante o trimestre anterior. Foi o menor volume desde o terceiro trimestre de 2015.
Esse movimento acompanhou o índice de inadimplência acima de 90 dias, que caiu 0,2 ponto sobre o trimestre anterior para 3,74 por cento no trimestre, embora ainda tenha ficado 0,45 ponto acima do último trimestre de 2016.
Além disso, a despesa administrativa, incluindo pagamento de salários, foi de 8,24 bilhões de reais no trimestre, montante 4,4 por cento menor do que um ano antes, na esteira de um ajuste que envolveu o fechamento de 660 agências e um programa de demissão voluntária de quase 10 mil empregados ao longo de 2017.
Por fim, o BB conseguiu um avanço de 6,6 por cento de suas receitas com tarifas, para 6,74 bilhões de reais. O aumento foi de 2,6 por cento contra o trimestre imediatamente anterior.
Com isso, o retorno do BB sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, deu um salto de 5,3 pontos percentuais contra o último trimestre de 2016, chegando a 12,5 por cento em termos ajustados. No critério contábil, o salto foi de 9,1 pontos, a 13,6 por cento.
PREVISÕES
Para este ano, o BB previu que terá lucro ajustado de 11,5 bilhões a 14 bilhões de reais, aumento frente aos 11,1 bilhões de reais registrados em 2017, mesmo com estimativa de fraco crescimento da carteira interna de empréstimos, de 1 a 4 por cento.
Isso porque o BB previu que sua despesa com provisão para perdas com inadimplência, líquida de recuperação, cairá em 2018 para a faixa de 16 bilhões a 19 bilhões de reais, após ter sido de 20,1 bilhões de reais no ano passado.
O banco também previu aumento de 4 a 7 por cento das receitas com tarifas, ritmo superior ao previsto para a evolução das despesas administrativas, de 1 a 4 por cento.
(Por Aluísio Alves)