Uma pesquisa da consultoria Consumoteca aponta que 73% dos brasileiros preferem não trabalhar em tempo integral em regime de home office. A constatação surge depois que uma porção significativa das empresas decidiram que não voltarão a operar de forma totalmente presencial. A decisão se contrapõe ao desejo de convívio dos colaboradores, abrindo ainda mais a opção do ambiente de coworking – espaços compartilhados de trabalho. Ainda que não seja uma possibilidade para muitos, há um mercado potencial enorme.
Em 2019, o Censo Coworking Brasil apontou que 279 mil pessoas já utilizam estes espaços no Brasil. Antes, 46% costumavam trabalhar em casa e 37%, em escritórios tradicionais. Os espaços compartilhados eram próximos de suas residências. Mais de 60% indicaram que tiveram melhora na qualidade de vida, 66% não trocariam o espaço compartilhado por um privado e 99% recomendariam o mesmo para alguém próximo. Há também uma novidade comportamental. Um em cada três entrevistados já foi contratado ou contratou alguém que conheceu no espaço compartilhado para participar de algum projeto em conjunto.
Empresa que prepara e oferece espaços flexíveis compartilhados físicos e virtuais, a WeWork notou um aumento do interesse de grandes empresas do Brasil, como Vivo, Ambev e Johnson & Johnson, em descentralizar suas operações. Como esperado, o principal acelerador desse processo é a pandemia. Uma estimativa superficial aposta que o público que pode ficar em home office permanente pode atingir facilmente mais de um milhão de brasileiros. E nem todos viriam do trabalho corporativo tradicional. A sofisticação dos espaços já permite atender produtoras, aulas de línguas para pequenos grupos, consultorias, agências de serviços digitais e escritórios de desenvolvimento de software.