Informações falsas disseminadas nas redes sociais sugeriram que o Pix estaria sujeito a um novo tributo ou que o governo teria amplo acesso a dados bancário
O número de transações realizadas pelo Pix registrou uma queda de 10,9% entre os dias 4 e 10 de janeiro, em comparação ao mesmo período de dezembro de 2024. Essa é a maior retração semanal no sistema de pagamentos instantâneos desde seu lançamento, em novembro de 2020. Durante o período, foram realizadas 1,25 bilhão de operações, segundo dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central.
O recuo coincide com a repercussão negativa sobre a ampliação da fiscalização financeira pela Receita Federal e uma onda de desinformação, incluindo boatos sobre novas taxas e maior exposição ao controle fiscal. Informações falsas disseminadas nas redes sociais sugeriram que o Pix estaria sujeito a um novo tributo ou que o governo teria amplo acesso a dados bancários, o que foi negado pelas autoridades.
Embora o início do mês seja tradicionalmente um período de alta nas transações devido a pagamentos de salários e compromissos financeiros, a queda registrada em janeiro também contrasta com os volumes de novembro, outubro e setembro de 2024.
Impacto da desinformação
O Banco Central e a Receita Federal destacaram que as mudanças implementadas não afetam diretamente o Pix. Desde 1º de janeiro, novas instituições de pagamento passaram a ser obrigadas a reportar movimentações financeiras superiores a R$ 5 mil por mês para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. O objetivo, segundo o Fisco, é monitorar fluxos financeiros de forma agregada, sem identificar detalhes sobre a origem ou destino de transações específicas.
“Quando alguém faz uma transferência, seja por Pix, DOC ou TED, a e-Financeira não identifica para quem o valor foi enviado ou a que título. Apenas o total mensal é reportado se ultrapassar os limites estabelecidos”, explicou a Receita Federal em nota.
Considerado uma das maiores inovações financeiras do Brasil, o Pix atingiu cerca de 6 bilhões de transações mensais até o fim de 2024, tornando-se o meio de pagamento mais utilizado no país. Entretanto, o medo de maior fiscalização e as notícias falsas podem estar minando a confiança dos usuários.
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