O Ibovespa fechou em baixa de 0,95% nesta quinta-feira (22), aos 135.173 pontos. O dólar subiu 1,98%, cotado a R$ 5,58 no encerramento. O índice nacional perdeu a suada marca dos 136 mil pontos frente à incertezas, cautela e um pouco de realização de lucros. Para especialistas, o mau momento tende a ser passageiro. Investidores acompanharam novas declarações dos diretores de Política Econômica, Diogo Guillen, e de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. Guillen afirmou que os cenários externo e doméstico seguem com “muita incerteza”. “Eu sigo vendo [o cenário] assim: projeções mais elevadas e com mais riscos, levando a um cenário mais desafiador para o Comitê [de Política Monetária, Copom]. Vai ser importante ir acompanhando os dados”, disse em evento organizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Já Galípolo afirmou que suas falas recentes não colocaram o BC em um “corner” — referência a uma situação difícil — em relação ao que será feito com a Selic em setembro. Ele reiterou que a autoridade monetária subirá a taxa básica de juros se necessário. “Eu entendo que se houve ou se há uma interpretação mais benigna do ponto de vista de como é que pode atuar a autoridade monetária, ela decorre do fato de que o mercado percebeu que esse Banco Central tem mais graus de liberdade”, afirmou Galípolo. Após as declarações, o mercado passou a precificar 100% de chance de alta da Selic na próxima reunião do Copom. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, no final da tarde, que acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tem definido o futuro presidente do BC. A expectativa é de que as indicações para a presidência e duas cadeiras na diretoria da autoridade monetária sejam anunciadas na próxima semana. Lá fora, voltaram ao território negativo em dia recheado de dados econômicos e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed). O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 54,3 em julho para 54,1 em agosto, atingindo o menor nível em quatro meses, segundo dados preliminares divulgados hoje pela S&P Global. O resultado do PMI composto, porém, veio um pouco acima da projeção de analistas consultados pela FactSet, de queda a 54. Além disso, os pedidos de auxílio-desemprego do país na semana encerrada em 17 de agosto subiram 4 mil, a 232 mil pontos. Apesar do avanço, o número ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa 233 mil no período. Após os dados, o mercado elevou as apostas de corte nos juros pelo Fed.
As maiores altas foram do Banco do Nordeste (7,21%) e Triunfo (6,56%). As baixas, Detcom (-18,21%) e Americanas (-12,5%). Todas as cinco ações mais negociadas apresentaram retração: Americanas (-12,5%), B3 (-3,24%), Hapvida (-4,17%), preferenciais do Bradesco (-0,70%) e CVC (-6,52%). O volume negociado foi de R$ 22,22 bilhões.