A bolsa abriu a segunda-feira (28) aos 78.886 pontos. Em duas horas de pregão, o índice caía 3,82% aos 75.871 pontos. Às 16h, depois de uma leve recuperação, a bolsa estava 76.400 pontos, quando espalhou o boato de que o presidente da Petrobras, Pedro Parente, está cogitando deixar o cargo. Foi a deixa: as ações da Petrobras, que caíam 7,5% até as 16h, intensificaram a queda. Resultado: em 55 minutos, o Ibovespa caiu 1,37%, encerrando o dia com queda de 4,49% aos 75.355 pontos. E as papeis preferenciais da estatal encerraram em queda de 14,6%. “A percepção de que o governo está interferindo na política da estatal e o possível afastamento de Pedro Parente afugentaram os investidores”, disse Carlos Soares, analista de investimentos.
A paralisação dos caminhoneiros afeta toda a economia e, por consequente, as empresas de capital aberto. Além das ações da Petrobras, os outros três papéis mais negociados fecharam em baixa: Vale (0,80%), Itaú (4,23%) e Banco do Brasil (7,34%). O dólar comercial avançou 1,64%, cotado a R$ 3,75. “Não se sabe até onde vão os efeitos desta greve, mas a pausa da produção gera aumento dos preços e, consequentemente, inflação, sem falar na queda de arrecadação”, diz Soares. Com a queda de hoje, a bolsa brasileira mais do que devolveu a valorização de 2018: no ano, o índice cai 1,37%.
Para Soares, a queda dos papeis da Petrobras é um momento que deve ser aproveitado pelos investidores para a compra de papeis da estatal. Antes da crise provocada pelos caminhoneiros, as ações preferenciais da Petrobras subiam 21,74%. “Se aprovada a sessão onerosa do pré-sal, haverá uma entrada de recursos importante no caixa da empresa e também do governo, o que acarretará em uma valorização imediata nas ações da estatal”, diz o analista.