O acirramento da disputa comercial entre Estados Unidos e China fez o Ibovespa amargar seu pior resultado em um mês e meio. O índice fechou o pregão desta segunda-feira (13) em queda de 2,69%, aos 91.727 pontos, na baixa mais expressiva desde o dia 27 de março, quando a bolsa caiu 3,57%. O dólar comercial subiu 0,87%, encerrando a sessão cotado a R$ 3,98, após superar os R$ 4,00 no intraday.
O Ibovespa despencou após o fracasso de mais uma rodada de negociações entre Estados Unidos e China, que continuam sem um acordo para pôr fim à guerra comercial. Nesta segunda, os chineses anunciaram que estudam elevar as tarifas de importação sobre US$ 60 bilhões em produtos americanos. O aumento entraria em vigor a partir do dia 1º de junho. Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, já havia elevado os impostos sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Ele também ameaçou taxar outros US$ 325 bilhões importados da China.
Para o analista da Genial Investimentos, Filipe Villegas, o investidor precisa ter paciência em um momento como esse. “Não há muito o que fazer. Primeiro, é preciso deixar o mercado absorver todas as notícias”, analisa. “Quem investe pensando no longo-prazo precisa saber que 2019 é um ano importante, tanto no cenário interno – com a reforma da Previdência – quanto no externo. Em um ano volátil como esse, é bom ter dinheiro em caixa, para aproveitar quedas nos preços das ações e identificar boas oportunidades para o futuro.”
Porém, na opinião de Villegas, o Ibovespa na faixa entre 91,5 mil e 92 mil se encontra em uma “região de suporte”, onde existe uma pressão compradora muito forte. “Se o índice perder essa região, acredito que o próximo suporte seria somente nos 86 mil pontos”, afirma. “Ou seja, a bolsa pode cair ainda mais se esse movimento de aversão ao risco persistir.”
As cinco ações mais negociadas do dia encerraram o pregão em baixa: preferenciais da Petrobras (-2,92%), Vale (-4,10%), Itaú Unibanco (-1,57%), Banco do Brasil (-3,57%) e Bradesco (-2,49%).