Hoje não dá para culpar Donald Trump, o Fed (banco central americano) nem a China. A queda do Ibovespa na segunda-feira (9) se deve unicamente a questões nacionais. O índice despencou 1,78% e fechou aos 83.307 pontos. Foi a maior baixa desde 28 de fevereiro, quando o Ibovespa caiu 1,82%. Segundo Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos, a nomeação de Moreira Franco para assumir o Ministério de Minas e Energia e incertezas em relação à eleição presidencial explicam a queda. O primeiro motivo faz sentido: a nomeação de Franco como ministro tira o viés técnico da pasta, que era ocupada por Paulo Pedrosa, ex-presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace). O segundo motivo, porém, permanece no campo do inexplicável. Por que a queda justamente hoje? Como ressalta Indech, não houve mudanças claras no cenário político que provocassem a fuga dos investidores da bolsa brasileira. “Não houve um gatilho que justifique o movimento de hoje”, disse o analista-chefe da Rico, que considerou a queda “surpreendente”. A seis meses da eleição, pesa para o investidor a ausência de um candidato de centro efetivamente competitivo e que possa tocar a agenda de reformas que o país precisa para crescer. Indech diz que essa indefinição deve manter a bolsa sem uma tendência definida de alta ou de baixa. Nesse caso, o Ibovespa oscila numa faixa mais ou menos entre 82.500 e 86.000 pontos.