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CEO improvável: Gisele Bündchen

Mesmo quem não se interessa por moda conhece Gisele Bündchen. Admirada no Brasil e no exterior, ela construiu, ao longo de duas décadas e meia nas passarelas, uma trajetória marcada por inabalável profissionalismo, disciplina na gestão da carreira, foco no trabalho e sensibilidade para entender o que era melhor para quem a contratava – exatamente como teriam feito CEOs de grandes companhias.

Não é exagero dividir a linha de tempo da moda em antes e depois de Gisele. No período pré-Gisele, no final dos anos 90, as modelos de sucesso eram conhecidas pela vida errática, muitas vezes embalada por álcool e drogas. Gisele colocou um ponto final a esse estereótipo, mostrando que profissionais da moda poderiam – e deveriam – ser exatamente isso: profissionais. Não à toa, ela amealhou durante a carreira um patrimônio estimado em R$ 2 bilhões, mais do que qualquer outra modelo na história.

Pode-se dizer que Gisele inaugurou o conceito de “ubermodel”, superando os títulos de top e super models de Linda Evangelista, Claudia Schiffer, Cindy Crawford, Naomi Campbell e Kate Moss. Conquistou o status de modelo com a melhor remuneração do mundo, superando todas as anteriores e mantendo a liderança no ranking por oito anos consecutivos.

Gisele emprestou sua imagem para fabricantes de lingeries, joias, carros, sapatos, protetores solares e uma infinidade de empresas, sempre proporcionando a elas resultados consistentes, seja na forma de vendas ou de reputação das marcas.

Seu contrato mais significativo, de dez anos de parceria com a fabricante de materiais esportivos americana Under Armour, foi assinado por US$ 275 milhões. Logo após o anúncio do contrato, a empresa teve uma valorização de 4% na Bolsa americana – que CEO teria feito melhor? Não é só. As gigantes C&A, Pantene e L´Óreal registraram aumento de faturamento no mercado brasileiro após contar com Gisele em suas campanhas.

A gaúcha da pequena Horizontina cogitou a profissão de jogadora de vôlei ou veterinária durante a infância, mas o destino a levou à moda. Aos 14 anos de idade, mudou-se para São Paulo, onde iniciou a carreira. Como new face, tentou a sorte no Japão e em Nova York, mas a aventura resultou em muitos castings, muitos nãos e alguns poucos trabalhos.

Em 1997, o designer britânico Alexander McQueen a selecionou para seu desfile, o que fez com que o mundo da moda enfim despertasse para o enorme talento de Gisele. Meses depois, ela estaria nas campanhas de marcas como Valentino, Dolce&Gabbana, Chloé, Missoni, Versace e Ralph Lauren. Daí para o topo, foi um salto quase imediato.

Um dos pontos altos da carreira foi abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, realizados no Brasil. Atravessou o Maracanã ao som de “Garota de Ipanema”, com um longo vestido prateado assinado por Alexandre Herchcovitch, imagem imortalizada em todo o planeta. Aproveitou a ocasião para se aposentar das passarelas, ficando “apenas” com os contratos de publicidade. A CEO, enfim, deixou o universo da moda, mas manteve-se fiel ao mundo dos negócios.

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