Em janeiro, o Ibovespa teve valorização de 15,35% (em dólares). Foi a quinta maior alta entre todos os índices de bolsas do mundo – abaixo dos índices da Venezuela, Gana, China e Nigéria, segundo o banco suíço UBS. Ronaldo Patah, estrategista de investimentos do UBS Wealth Management, diz que a bolsa brasileira acompanha a valorização das bolsas de países em desenvolvimento. O fluxo de investimentos para bolsas desses países, mais de US$ 8 bilhões, é um dos maiores da história. “Há um movimento generalizado por conta do otimismo causado pelo crescimento sincronizado dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, num ambiente global de juros baixos e inflação controlada”, diz Patah. “Para as bolsas, é um cenário muito bom.”
Outros motivos para a alta são a recuperação da economia – que abre perspectiva de crescimento do lucro das empresas –, e a condenação do ex-presidente Lula a 12 anos de prisão por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. “Nós recomendamos o investimento em bolsa para os nossos clientes no começo do ano e mantemos essa indicação”, diz Patah. “Os dados econômicos que já foram divulgados foram mais fortes do que o esperado e as perspectivas de aumento de lucro das empresas são muito boas.” De acordo com o UBS, o Ibovespa pode ultrapassar em breve o patamar de 90.000 pontos. “Se a reforma da previdência for aprovada e for eleito um presidente aberto às reformas, podemos revisar para cima essa projeção”, diz Patah.