A bolsa brasileira voltou a recuar nesta quinta-feira (7), um dia após amargar o seu pior resultado desde a greve dos caminhoneiros, no ano passado. O Ibovespa encerrou o dia com queda de 0,24%, aos 94.406 pontos, após baixa de 3,74% na quarta (6).
Os investidores repercutem a sessão ruim no exterior, com as principais bolsas americanas e europeias caindo mais de 1% após sinalizações de que a guerra comercial entre China e Estados Unidos está longe de acabar. Assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow afirmou nesta quinta que os dois países ainda estão longe de chegar a um acordo, derrubando os mercados pelo mundo. Entre as cinco ações mais negociadas do pregão, duas fecharam em alta: Itaú Unibanco (0,36%) e Bradesco (1,52%). Os papeis preferenciais da Petrobras (-1,57%), Vale (-2,05%) e B3 (-3,73%) encerram em queda.
Com o desempenho negativo, o Ibovespa acumula baixa de 3,53% entre segunda e quinta, na primeira semana no vermelho em 2019. Na opinião do economista-chefe da corretora Necton, André Perfeito, o recuo faz parte de um movimento de realização de lucros após a alta expressiva no início do ano (7,42% até o momento). “Esse avanço vem desde outubro do ano passado e agora parece estar chegando a um limite, porque os juros devem se manter no patamar atual”, avalia. “Além do fator político, com a ascensão de um governo defensor de reformas liberais na economia, nosso mercado de ações foi ajudado pela queda na taxa de juros a partir de 2016, mas esta se mantém estável em 6,5% ao ano desde março de 2018”.
Apesar de prever altos e baixos para o Ibovespa nos próximos meses, Perfeito acredita que o momento ainda é de compra para o investidor. “Nossa projeção é que o índice chegue aos 114 mil pontos até o fim do ano, mas não acreditamos que será uma alta linear. Na falta de boas notícias novas, é normal que haja períodos de realização ao longo do ano”, afirma.
O dólar comercial teve valorização de 0,12%, fechando o pregão em R$ 3,71.