A bolsa brasileira voltou a subir nesta quinta-feira (31), encerrando janeiro em alta e próxima à sua máxima histórica. O Ibovespa avançou 0,41% no penúltimo pregão da semana, fechando o primeiro mês de 2019 com valorização de 10,82%, aos 97.394 pontos. O índice chegou aos 98.405 pontos no valor mais alto do dia, seu recorde intraday, e só não terminou o mês na máxima histórica pelo recuo das ações da Vale na segunda (28), primeira sessão após a tragédia de Brumadinho (MG). O recorde em um fechamento ocorreu na última quinta-feira (24), quando o Ibovespa marcou 97.677 pontos.
A alta neste início de 2019 reflete o otimismo do mercado em torno do governo Bolsonaro, de viés liberal na condução da política econômica. As declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, em prol de uma reforma da Previdência consistente, que viabilize um ajuste fiscal de longo prazo no Brasil, empolgaram os investidores. A gestão do novo presidente pretende apresentar sua proposta de reforma em meados de fevereiro. A aprovação de regras mais rígidas para a concessão de benefícios previdenciários pode fazer o Ibovespa superar os 120 mil pontos neste ano.
O avanço desta quinta é reflexo de notícias positivas no exterior e no front interno. Lá fora, os mercados ainda repercutem a decisão de quarta (30) do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos), que optou por manter a taxa de juros americana no intervalo entre 2,25% e 2,5% ao ano e sinalizou uma postura mais cautelosa para as próximas decisões. No Brasil, a sinalização de membros do governo a favor da inclusão dos militares na reforma da Previdência agrada aos investidores, por facilitar uma eventual aprovação no Congresso Nacional.
Entre as cinco ações mais negociadas do dia, destaque para os grandes bancos, que registraram alta. Os papeis do Bradesco subiram 5,65% após o banco divulgar o balanço do quarto trimestre de 2018, que registrou lucro líquido de R$ 5 bilhões – R$ 19 bilhões no acumulado do ano passado. As ações de Itaú Unibanco (1,73%) e Banco do Brasil (2,53%) também subiram, enquanto Vale (-2,36%) e preferenciais da Petrobras (-0,16%) caíram.
O dólar comercial recuou 1,37% nesta quinta, negociado por R$ 3,66, na terceira queda consecutiva. A moeda americana acumulou baixa de 5,58% no mês.