Desde dezembro, a bolsa de valores segue em tendência de alta e está batendo sucessivos recordes (na terça-feira ultrapassou pela primeira vez os 80 mil pontos). Dois fatores justificam esse movimento: o cenário externo favorável e as boas notícias na economia brasileira, como juros baixos, inflação estabilizada e perspectivas de crescimento para 2018 – segundo boletim Focus, do Banco Central, o PIB deve crescer 2,70% em 2018. Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos, diz que a alta da bolsa não leva em conta a aprovação da reforma da previdência em 2018. “O mercado não conta com essa possibilidade”, diz. Nesse caso, se o governo conseguir os votos e passar a reforma no Congresso, o movimento de alta pode se intensificar.
Ele alerta que o que pode derrubar o Ibovespa no curto prazo é uma decisão favorável ao ex-presidente Lula, que será julgado no dia 24 em Porto Alegre. “O mercado precificou a condenação de Lula”, diz Indech. “Mas, independentemente de ser ou não condenado, acreditamos que ele será o candidato indicado pelo PT nas eleições.” Se isso de fato se concretizar, novas oscilações na bolsa podem ocorrer até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar ou não sua candidatura.