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O CEO Improvável: Bill Bowerman

O nome que todos lembram ao falar da Nike é o de Ted Knight. Poucos conhecem ou sabem quem foi Bill Bowerman, o outro co-fundador da empresa e o criador do conceito de um tênis leve, prático e confortável. Antes de ser empresário, Bowerman foi o maior treinador de corridas da história dos Estados Unidos. Começou sua carreira na Universidade de Oregon, onde estudara Jornalismo, e se tornou o maior especialista naquilo que os americanos chamam de “track and field” e nós, brasileiros, de atletismo. E é o CEO Improvável de Money Report nesta semana.

Para aprimorar a performance de seus corredores, prestava atenção em tudo. A postura, o encaixe dos quadris, a passada — nada escapava de sua análise. Suas orientações invariavelmente resultavam em tempos menores e, em muitas ocasiões, recordes batidos.

Um exemplo disso é o excepcional corredor Steve Prefontaine, o maior atleta de pista da história americana. Ele já era uma estrela no mundo amador das corridas quando começou a treinar com Bowerman. O treinador pediu que encaixasse melhor o quadril e não arrebitasse tanto as nádegas durante as provas. Essa simples observação fez os tempos de Prefontaine baixarem significativamente.

A obsessão pelos detalhes o levou a produzir manualmente as sapatilhas de seus atletas em vez de comprá-las dos fabricantes famosos. Em sua visão, quanto mais levem fossem os calçados, menos cansados os atletas estariam ao término de uma prova e, assim, teriam mais energia para o sprint final.

Foi ele, por sinal, que criou um conceito que hoje é muito comum na prática de corrida: o “negative split”. Antes de Bowerman, os atletas davam tudo de si no começo das provas e chegavam extenuados ao final. Assim, numa prova de 5 000 metros, as primeiras voltas na pista seriam mais rápidas que as últimas. O treinador mudou esse sistema e pediu a seus atletas que se poupassem para que as últimas voltas fossem as mais rápidas. Esta é a lógica que a maioria dos corredores profissionais de hoje segue.

Para obter um tênis cada vez mais leve, teve o insight de criar uma sola de borracha usando a máquina de waffles que tinha em casa. Colocava o material químico na maquininha e moldava o solado, que era fino e agarrava melhor o chão da pista por conta das ranhuras do formato do waffle. Os primeiros tênis da Nike, por sinal, seguiram este padrão durante muito tempo.

Bowerman era um motivador nato. Durão, técnico e exigente, ele sabia extrair de seus pupilos a melhor performance que eles poderiam oferecer. Ted Knight, por exemplo, foi um de seus atletas e chegou a ganhar algumas medalhas nos campeonatos universitários dos quais participou. Ele creditava boa parte dos resultados, no entanto, à dedicação de sua equipe. E exigia o máximo de todos. Estava frio e chovendo? Não importava. Mandava todos para a pista. “Não existe tempo ruim”, diz ele. “Apenas gente frouxa”. Este espírito o levou ao topo entre os treinadores olímpicos e à posição de grande acionista da maior empresa de material esportivo do mundo. Nada mal para um jornalista que sonhava em ser jogador de futebol americano. Seu segredo? Encarar o esporte como um mercado de alta competitividade e sua equipe como uma empresa enxuta, azeitada e inovadora.

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