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O CEO Improvável: Júlio Verne

Enxergar o futuro – ou pelo menos entender as tendências do presente e imaginar sua concretização nos anos que se seguirão – é uma característica que todo o CEO precisa ter. E isso o nosso CEO Improvável da semana teve de sobra. Júlio Verne foi o escritor que mais conseguiu prever o futuro da humanidade, descrevendo invenções que só surgiriam décadas após sua morte, como o foguete, o submarino e o telefone celular.

Sou fã de carteirinha de Verne e li todos seus livros – o primeiro foi “Volta ao Mundo em 80 Dias”, aos onze anos. Minha admiração é tanta que, em 2007, escrevi um livro no qual ele é um dos personagens principais (imaginei uma hipotética amizade entre Santos Dumont e Verne na França do início do século 20. Dessa amizade surgiria, na ficção, a colaboração num projeto comum e uma invenção, que, anos mais tarde, viria a ser descoberta por um jornalista. Gostou do enredo? O nome do livro é “O Jornalista, o Escritor e o Aviador” – https://www.saraiva.com.br/o-jornalista-o-escritor-e-o-aviador-1996253/p) e pude pesquisar bastante sobre sua vida e obra.

Se Santos Dumont resolveu ser balonista e investir sua fortuna criar o 14 Bis e, depois, o Demoiselle, foi por conta de Verne. Ao ler “Cinco Semanas num Balão” e “Volta ao Mundo…”, decidiu que queria ver o mundo do alto. E dedicou sua vida a este propósito.

Verne influenciou, além de Dumont, inúmeros cientistas e pioneiros. Simon Lake, que desenhou o primeiro submarino, começou sua autobiografia dizendo que “Júlio Verne foi de certa forma quem dirigiu toda a minha vida”. Igor Sikoesky, o projetista do primeiro helicóptero a levantar voo, afirmou que sua inspiração foi a engenhoca que leu no livro “Robur, o Conquistador”. Exemplos como estes são inúmeros em vários campos da ciência.

Sua capacidade de visualizar claramente o futuro é impressionante e quase que sobrenatural. Um exemplo disso está no livro “Da Terra à Lua”. Verne redigiu o seguinte sobre o local de lançamento da nave, que descreveu como um projétil semelhante à cápsula que seria acondicionada no topo dos foguetes da NASA: “Esse sítio está situado a 300 toesas sobre o nível do mar e 27º 27’ de latitude norte e 5º e 7’ de longitude oeste, parece-me que pela sua natureza árida e rochosa apresenta todas as condições que o experimento exige”. Estas coordenadas da localidade fictícia praticamente indicam o ponto onde, na década de 1960, foi construída a plataforma do Cabo Canaveral, na Flórida.

Este palpite foi fruto de uma mente brilhante ou resultado um palpite de sorte? Nunca saberemos. Mas prefiro ficar com a primeira opção.

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