Os produtores do agronegócio brasileiro continuarão entre os principais integrantes da cadeia global de alimentos, aponta nesta segunda-feira (5) o relatório da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Confira o papel dos principais produtores e compradores mundiais:
- China: continuará com grande influência nos mercados agrícolas. O déficit chinês cresceu de US$ 2,6 bilhões em 2000 para US$ 86 bilhões em 2020. O relatório estima que o país poderá se tornar de novo o principal destino das exportações agrícolas americanas, após a melhora das relações entre as duas potências;
- América Latina: até 2030, poderá responder por 63% das exportações de soja, 56% do açúcar, 44% do pescado, 42% da carne bovina e 33% da carne de frango;
- Carne bovina 1: foi projetado crescimento de 6% no mercado global, com mais 4 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, o representaria aumento de 9%. O consumo global per capita da proteína declina desde 2007 e deve cais mais 5% até 2030. O relatório antecipa queda em países tradicionalmente consumidores como, Argentina (-7%) e Brasil (-6%). A preferência deve subir mais de 8% na China até 2030, após alta de 35% na última década;
- Carne bovina 2: a produção brasileira deverá continuar estável, enquanto as exportações poderão crescer 38% nos próximos 10 anos, comparado a 12% nos EUA. O Brasil se tornará o maior exportador dessa proteína, com 22% do mercado global, enquanto as exportações da Índia sofrerão queda de 55% até 2030;
- Frango: a produção nacional deve aumentar 16%. Os embarques poderão ter alta de 26% em dez anos, comparado a 14% no caso dos EUA. A demanda chinesa deverá diminuir 18% no período;
- Soja: o Brasil continuará líder, junto dos EUA. A produção poderá crescer 17% e, até 2030, representar 50% das exportações de soja. A China importa dois terços do total mundial e suas compras devem crescer 1,2% ao ano, atingindo 108 milhões de toneladas em 2030;
- Açúcar: o Brasil deverá se manter como o maior produtor mundial, com 21%, com as exportações atingindo 43% em 2030, contra as atuais 39%.