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Assuntos internos podem travar aproximação entre Bolsonaro e Trump

Diretora regional para a América Latina da consultoria McLarty Associates, Gabrielle Trebat acredita que a eleição de Jair Bolsonaro pode estreitar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos de Donald Trump, admirado pelo presidente eleito. Porém, apesar de ambos convergirem em uma série de pontos, os desafios internos que cada um vai enfrentar podem impedir uma aproximação mais intensa, na opinião de Trebat, que também foi diretora executiva do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, ligado à Câmara de Comércio dos EUA. Confira os principais trechos da entrevista a MONEY REPORT:

Como você analisa o resultado eleitoral no Brasil?

A renovação do congresso brasileiro demonstrou uma grande rejeição à classe política tradicional, com a população preocupada, sobretudo, com a segurança pública e a corrupção. Apesar de os temas discutidos serem diferentes, as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos tiveram o mesmo fenômeno, com altos índices de renovação na Câmara e no Senado.

Como vai ficar a relação entre os dois países a partir de 2019?

Trump e Bolsonaro têm uma retórica parecida no que diz respeito à política externa, mas ambos enfrentam desafios domésticos bem mais urgentes. De um lado, o brasileiro precisa encarar uma situação fiscal delicada, enquanto o americano vai ser obrigado a lidar com uma maioria democrata na Câmara, que deve apoiar investigações contra ele. Acho difícil a relação entre os dois desembocar, por exemplo, em um acordo de livre comércio, mas alguns assuntos menos complexos podem avançar, como a celebração de um tratado bilateral de investimentos – que já ajudaria os dois países.

Trump não tem dado muita atenção à América Latina. Como isso pode mudar com Bolsonaro?

De fato, quando os EUA olham para a América Latina, os assuntos que vêm à mente são comércio com o México, imigração, Venezuela e Cuba. Embora a relação com o Brasil tenha sido boa, os dois países não têm tido uma colaboração estratégica. Com Bolsonaro, pode haver uma aproximação nas áreas de defesa e inteligência. A confirmação do acordo entre Boeing e Embraer pode facilitar esse processo.

Quais oportunidades de negócios se abrem para os próximos anos?

Bolsonaro se mostrou preocupado com o investimento chinês em setores considerados estratégicos para a economia brasileira, como a geração de energia elétrica. Essa postura pode abrir portas para investimentos americanos, sobretudo em infraestrutura. A promoção de uma agenda pró-privatizações também poderia atrair mais capital dos EUA.

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Comentários

Uma resposta

  1. Dois dos mais importantes países do cenário mundial que devem diplomática e politicamente se unirem, sem reservas, e trabalhando juntos pela união das Américas.
    Dois líderes que, inteligentes que são, não vão deixar essa oportunidade passar, a maior aproximação dos dois países deste o descobrimento.
    Um marco importante para o mundo, duas das mais livres democracias do planeta!
    O mundo ganha com isso.
    E que venha a China, a Índia e quem mais quiser, pois o Japão e a Europa já estão aqui.
    Brasil é pródigo em receber todos os povos.
    É claro, se somos Americanos do Sul, temos que ser irmãos dos Amricanos do Norte.
    Nova ordem mundial.
    E não adianta lutar contra.

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