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Ata do Copom sinaliza que novas reduções da Selic podem ser “temporalmente espaçadas”

Na reunião que cortou a taxa básica de juros (Selic) para 2% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) apontou “sinais promissores” de retomada das atividades nas principais economias do mundo, mas destacou que o ambiente para os emergentes “segue desafiador”. No Brasil, conforme a ata do encontro divulgada nesta terça-feira (11), o colegiado indicou uma recuperação parcial, mas com um grau elevado de incertezas. “Os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais”, diz o documento.

O comitê discutiu também que um ambiente com juros baixos sem precedentes pode gerar aumento da volatilidade de preços de ativos e afetar, sem o devido tempo necessário de transição para um novo ambiente, o bom funcionamento e a dinâmica do sistema financeiro e do mercado de capitais. “Assim, o comitê concluiu que eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais. Para tal, se necessárias, novas reduções de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e inflação prospectivas e poderiam ser temporalmente espaçadas”, prossegue o texto.

Ao decidir pela redução dos juros, que renovou a mínima histórica da Selic, o Copom destacou que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado. “Mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno. Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, acrescenta o documento.

Ainda na reunião, o colegiado alertou para a importância de o país “perseverar no processo de reformas e ajustes necessários” para permitir a recuperação sustentável da economia.

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