Segundo economista da CNC, desacelaração da inflação e maior ocupação no mercado de trabalho influenciam aumento de vendas
A Black Friday deste ano começa nesta sexta-feira (25) e deve movimentar R$ 4,21 bilhões –1,1% a mais do que em 2021. A projeção é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A movimentação financeira deve ser a maior desde que a data foi incorporada ao calendário do varejo nacional em 2010 e lucrou R$ 1,52 bilhão.
O economista sênior da CNC Fábio Bentes cita duas razões para um maior volume de vendas na Black Friday deste ano: a desaceleração da inflação e a maior ocupação no mercado de trabalho. Ou seja: há mais recurso disponível para consumo.
“Quando há um aumento da ocupação e uma inflação não tão elevada, isso tende a favorecer o comércio naquela data comemorativa”, afirmou.
A pandemia que começou em 2020 acelerou o processo de digitalização do consumo. Assim, naquele ano, as vendas na Black Friday movimentaram R$ 4,1 bilhões, avançando 13,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2021 houve novo avanço (1,7%).
Copa do Mundo
A estimativa da entidade é que as vendas relacionadas à Copa do Mundo impactem em R$ 1,4 bilhão o faturamento do comércio varejista brasileiro.
O economista Fábio Bentes disse que a Copa do Mundo influenciará nas vendas do fim de ano e que a “dobradinha” deve garantir ao comércio um mês de novembro “positivo”.
Segundo a CNC, a facilidade em comparar preços on-line em uma data comemorativa caracterizada pelo forte apelo às promoções evidencia a tendência de aumento expressivo deste evento do calendário do varejo quando comparado às demais datas, especialmente, nos espaços virtuais.
Mais detalhes da pesquisa
De acordo com estudo da Nielsen, 62% dos brasileiros costumam comprar na Black Friday. Destes, 58% têm de 25 a 44 anos. Além disso, 53% são mulheres. A pesquisa também mostrou que 56% das pessoas que responderam estar poupando dinheiro para os descontos de novembro ganham de 2 a 4 salários mínimos.
A Nielsen também pesquisou que 60% dos brasileiros de 18 a 24 anos desejam comprar celulares ou tablets na Black Friday e que 3 a cada 5 mulheres no país pretendem adquirir roupas e acessórios.
Neste ano, os segmentos de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,09 bilhão) e de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 920 milhões) deverão responder por quase metade (48%) da movimentação financeira prevista. Tendem a se destacar ainda os ramos de hiper e supermercados (R$ 910 milhões) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 770 milhões).
O estudo também indicou haver alta intenção de compra na Black Friday para os preparativos para a Copa do Mundo. São 3 em cada 10 brasileiros que decidirão o que comprar na hora. Desse grupo, 83% declararam gostar muito dos descontos.
A empresa mais associada à Black Friday é a Lojas Americanas (22%). Magazine Luiza ficou em 2º lugar (17%).