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Boeing perde US$ 12 bilhões após mais um problema com 737 Max

Soltura de porta de uma aeronave é o incidente mais recente de uma série de problemas que a Boeing vem enfrentando com a linha

Após a soltura de uma porta de um avião 737 Max 9 da Alaska Airlines em pleno voo nos Estados Unidos, a Boeing perdeu US$ 12,1 bilhões em valor de mercado na segunda-feira (8). As ações da fabricante caíram 8,03% na bolsa de Nova York, para US$ 229.

O incidente é o mais recente de uma série de problemas que a Boeing vem enfrentando com a linha 737 Max, que já custou à empresa bilhões de dólares. Em 2019, dois acidentes com o modelo mataram 346 pessoas.

A Boeing expressou que a segurança é sua principal prioridade e que está trabalhando com a agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA) para determinar a causa do problema.

Sequência de problemas

O 737 Max é o principal produto da Boeing e respondeu por mais da metade das suas encomendas. O Max 9, única variante que permite uma porta “plugada” (sistema que apresentou problema agora) é menos representativo: dos 4.526 pedidos pendentes da família 737, apenas 103 são do Max 9.

A crise também coloca na berlinda a Spirit AeroSystems, fornecedora da porta que fez um buraco no avião da Alaska Airlines e de outras partes da fuselagem de aviões da Boeing. As ações da Spirit caíram 11,13% nesta segunda-feira em Nova York, para US$ 28,20.

Dano de imagem

O dano de imagem causado pela porta que foi descolada da fuselagem, em pleno voo, se soma ao turbulento histórico recente da empresa.

As ações da Boeing estão 50% abaixo do que costumavam valer antes da sequência de crises. Com dívidas de longo prazo na casa de US$ 47 bilhões, a fabricante não tem lucro desde 2018.

A Boeing ainda terá que compensar as companhias aéreas pela paralisação do Max 9. A United Airlines e a Alaska são as que mais operam esse tipo de modelo, com cerca de 144 aviões.

Segundo analistas da Jefferies, levando em conta as estimativas dadas pela própria FAA de que as inspeções levariam entre quatro e oito horas e assumindo que tudo seja concluído dentro de uma semana, a compensação às aéreas poderia custar à Boeing US$ 18 milhões.

No Brasil

No Brasil, apenas a panamenha Copa Airlines operava o modelo 9 em voos internacionais com chegada e partida no Aeroporto de Guarulhos/SP. A empresa suspendeu a operação da aeronave e terá de passar pela inspeção apontada pela fabricante antes de retomar os voos com o Max 9.

A Anac, agência de aviação civil brasileira, informou que a empresa aérea já anunciou a suspensão das atividades com a aeronave para a revisão técnica necessária até que haja a liberação para retorno ao serviço.

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